quarta-feira, 30 de julho de 2003

Perguntas e Respostas

1) O que é parto natural?

Parto natural não é o parto normal hospitalar, como foi dito no "Fantástico" outro dia.

Num parto natural as intervenções só serão feitas se realmente necessárias e não de forma rotineira como vemos no parto normal hospitalar.
A bolsa não é estourada precocemente, não é feita a raspagem dos pêlos, não é feita a episiotomia (corte feito entre a vagina e o ânus), o parto não é induzido, não é feita lavagem intestinal e não é utilizada anestesia, a não ser que sejam realmente necessários.

Esses procedimentos quando feitos sem necessidade causam mais danos do que benefícios, segundo a Organização Mundial de Saúde.
Veja aqui o Parto segundo a Organização Mundial de Saúde

Veja aqui por que deve-se abolir essas intervenções!

O parto natural pode ser feito na posição que a mulher desejar. Geralmente é escolhida a posição de cócoras, uma das mais confortáveis para parir e que causa menos lacerações no períneo.

Outro tipo de parto é o parto na água, considerado o parto mais tranquilo para o bebê, que sai de um meio aquoso para outro.

Veja aqui um relato de parto na água.

A menos recomendada é a posição deitada com as pernas na perneira, pois além de ser ilógica (não atual a força da gravidade), pode causar má oxigenação para o bebê. Essa posição é adotada nos hospitais pq facilita a visão do médico mas não ajuda a mulher e nem o bebê a nascer, prejudicando o parto e sendo necessária uma pessoa debruçada em cima da mulher, fazendo uma manobra que empurra a barriga da mulher para baixo.
Muito mais fácil seria se a mulher pudesse escolher a posição desejada...


2) O que é parto humanizado?

No parto humanizado, a mulher é quem decide como será seu parto, quantos acompanhantes estarão com ela, quem cortará o cordão umbilical, o bebê fica com ela logo após nascer, permitindo que ele mame logo após o nascimento (não há separação)...
A mulher pode fazer um plano de parto e apresentar ao obstetra.
No plano de parto a mulher enumera e entra em acordo com o médico sobre os procedimentos que ela não quer que sejam feitos por rotina (só se necessário) e quais ela quer (música, presença do marido, doula, etc). No parto humanizado não existem a frieza e as agressões verbais comuns nos hospitais brasileiros ("Pare de gritar!", "Na hora de fazer você gostou, agora aguenta", entre outras pérolas)

3) O que é uma doula?

Doulas são mulheres que dão suporte físico e emocional à mulher, antes, durante e após o parto.
A doula faz massagens, ensina exercícios de respiração, técnicas de relaxamento e alívio da dor de forma natural, etc.

Doulas brasileiras

4) O parto domiciliar é perigoso?

Ao contrário do que algumas pessoas pensam, o parto domiciliar (em casa ou em Casas de Parto) é muito seguro, desde que a grávida seja de baixo risco (95% das grávidas) e faça um bom pré-natal. Mesmo assim o parto domiciliar é feito próximo de um hospital para uma rara eventualidade. A parteira ou o médico obstetra levam todo o material e estrutura necessária para atender a gestante e tudo é feito de maneira limpa e segura.

Veja aqui depoimentos de Partos Domiciliares

5) O que são Casas de Parto?

Casas de Parto são estabelecimentos onde a grande maioria dos partos são normais (contra os hospitais particulares, onde o índice de partos normais não ultrapassa 10%), feitos por enfermeiras obstétricas.
As Casas de Parto tem toda a estrutura para se fazer o parto humanizado.

6) Humanistas são CONTRA a cesárea?????

Não, humanistas não são contra a cirurgia. A cesariana salva vidas quando feita por necessidade. Porém, quando uma cesariana é feita por opção ou por comodismo do médico, até com dia e hora marcados, está submetendo a mãe a um risco de morte 4x maior e o bebê a um risco de morte 10x maior. Muitos são os casos de bebês com desconforto respiratório nos hospitais, devido à cesariana. Por isso a cesariana só deve ser feita após o trabalho de parto se iniciar (contrações fortes, em intervalos regulares e cada vez menores) e quando for realmente necessária.

Veja aqui os reais motivos para se fazer cesariana

terça-feira, 29 de julho de 2003

segunda-feira, 28 de julho de 2003

A respeito da cesárea

Dr. Marcos R. Ymayo
fonte: http://www.amigasdoparto.com.br/ac021.html

Este texto tem a finalidade de esclarecer as dúvidas das mulheres sobre a cesárea.


O que é?

O termo "cesárea" origina-se do latim "caedere" e significa cortar. É uma cirurgia que necessita de anestesia, é realizada através de corte na barriga atravessando várias camadas, da pele ao útero. Quando por fim o útero é cortado, o bebê é retirado de dentro do ventre da mulher.

Quando deve ser feita?

A cesárea deve ser feita nas seguintes situações:

por causa do bebê: o bebê precisa nascer muito rápido ou não pode nascer por baixo e em urgências, tais como quando o cordão umbilical sai antes do bebê, impedindo a circulação do sangue.

por causa da mãe e do bebê: o trabalho de parto tem problemas que impedem o parto vaginal e em urgências, por exemplo, quando a placenta se descola da parede do útero sem o bebê ter nascido, o que compromete o suprimento de sangue para o bebê.

por causa da mulher (mãe): quando existe alguma contra-indicação ao parto vaginal (por exemplo no caso de pré-eclâmpsia) ou se a mulher já sofreu muitas cesáreas.

Em qualquer situações está muito claro que a primeira opção é o parto vaginal.
O parto cesáreo sempre deve ser encarado como uma solução quando o vaginal não é possível.

*Não se deve marcar a cesárea com antecedência!!

Existem complicações da cesárea?

Sim, existem muitas complicações possíveis. Vamos expor de forma simples algumas delas. Está claro que as complicações citadas não ocorrem na grande maioria dos partos, porém apesar de raras podem acontecer e com certeza já aconteceram com alguma mulher. Por menor que possa parecer uma estatística, devemos considerar que para as pessoas afetadas esse problema foi significativo e teve muita importância.

Como toda cirurgia de médio a grande porte, a cesárea tem a chance de apresentar complicações durante e após a mesma. O corpo humano não é uma máquina, é impossível dar-se a garantia que não ocorrerá uma complicação. Por isso, a cesárea deve ser feita somente após rigorosa avaliação e com indicação precisa.

As complicações de uma cesárea podem ocorrer durante a operação, na anestesia e após a cirurgia.

Complicações durante a operação e anestesia que geralmente não dependem das ações médicas, mas do acaso e da própria natureza dessa cirurgia:

- Grandes sangramentos podem ocorrer quando o útero fica muito mole, ou seja, não contrai normalmente o útero pode rasgar quando o bebê sai, aumentando o corte e necessitando de mais pontos para ser reparado agressões aos órgãos urinários e intestinais complicações relacionadas com a anestesia, tais como parada respiratória, parada cardíaca, queda da pressão e dor de cabeça muito forte (entre outros)

Complicações que ocorrem depois da cesárea e que mais uma vez não dependem necessariamente das habilidades do médico, podendo ocorrer aleatoriamente:

- Infecções, havendo a necessidade de uso de antibióticos. Algumas vezes a infecção pode aumentar havendo a necessidade de internação e novas operações. Existem casos em que as infecções deixam seqüelas e podem levar à morte.

- Formação de coágulos que impedem o sangue de circular, provocando a trombose, que por sua vez podem provocar desde edemas até a morte

- Abertura espontânea do corte do útero ou rompimento do útero na gestação seguinte, é rara mas pode acontecer.

- Na gravidez seguinte a placenta pode grudar no útero mais profundamente, principalmente em mulheres que sofreram muitas cesáreas. Esta é uma situação grave que pode levar a perda do útero, grandes sangramentos e risco de óbito para a mulher.

- Na gestação seguinte, a mulher que sofreu uma cesárea já é considerada uma paciente de alto risco obstétrico, já que pode ocorrer qualquer uma das complicações acima citadas.

O parto cesáreo quando bem indicado é a solução que salva a vida do bebê e/ou da mulher. Nessa situação, os riscos das complicações são minimizados pelos benefícios.

Porém, quando uma cesárea é indicada por medo do parto vaginal ou de sofrer, por trauma resultante do sofrimento a que a mulher foi submetida em partos anteriores, por achar que existe perigo no parto vaginal, por vaidade, por achar que conturba menos o dia-a-dia profissional ou da família, entre outros, significa que há a necessidade da mulher conhecer condutas médicas que tornam o parto vaginal um acontecimento positivo, agradável, seguro e saudável.

É muito triste saber que muitas cesáreas são indicadas por que a mulher não tem passagem ou por que não dilata. Será que uma mulher que foi bem orientada, que realmente conhece como é a gravidez, o trabalho de parto e o parto se contenta com uma indicação de falta de dilatação ou passagem? Essa indicação sem dúvida existe, mas não com a freqüência com que temos visto.

Será que não existe sentimento de frustração na mulher que tem o diagnóstico de falta de passagem ou dilatação, já que seu organismo não responde com normalidade a uma função exclusivamente do corpo feminino?

Minha opinião é de que a mulher deve dar chance ao seu organismo para mostrar que é capaz de parir. Deve passar pela experiência do parto, comemorando ao lado de quem ama o sucesso do nascimento, podendo sentir a celebração da nova vida.

Apresento a seguir, algumas referências científicas:

- American Journal of Obstetrics and Gynecology
- http://www.harcourthealth.com/
- Obstetrics, Williams, 20th Edition
- Parto, Aborto e Puerpério ¿ Assistência Humanizada à Mulher, Ministério da Saúde do Brasil, 2001.

Leia mais em : Motivos reais para se fazer cesárea

sábado, 26 de julho de 2003

Esvaziamento de úteros ou Nascimento de vidas?

fonte: http://www.jakobi.com.br/partohumanizado.htm

Veio o saber médico e, em nome da defesa da vida e da ausência da dor, se apossou deste processo natural.

A família insegura e despreparada fica à mercê desse saber. Temos dificuldade para entender a razão desta cultura que transformou o nascer num ato tão médico e mecânico. Não interprete que somos contra os grandes avanços da tecnologia médica.

A gestante é tratada como "paciente", ou seja, submetem-se a vários exames e diagnósticos, permanecem nas filas dos consultórios e recebem receitas e remédios. Na hora do parto, a conduta médica continua prevalecendo com rotinas hospitalares rígidas, que acabam inibindo o processo natural e fisiológico, levando a inúmeras cesáreas e partos induzidos. E o pai permanece isolado desse processo, como se não tivesse nada a ver com isso.

Nos hospitais privados ainda prevalece um pacto que mistura medo da dor com interesses dos profissionais e da instituição que termina numa cesárea. Na rede pública, ainda vigora um quase desprezo pela gestante.

Sozinha, assustada, ela é atendida por profissionais anônimos atrás de máscaras que não dizem o nome nem esboçam um gesto amistoso. Tanto nos hospitais cinco estrelas como nas maternidades de periferia, a paciente e os familiares são os últimos a serem ouvidos.

O parto é um processo natural, nascer é um ato natural e ecológico. É um caminho de transformação, de amor, de vencer os medos, e de dar à luz uma nova era. Por estar em seu habitat natural, vivendo intuitivamente, a maioria das espécies mamíferas nasce sem maiores problemas. Embora os mecanismos do parto do animal mamífero sejam diferentes do ser humano (porque o tamanho do cérebro nos animais é menor em relação ao do corpo), existe uma semelhança. Como seres urbanos e humanos, colocamo-nos distantes dessa natureza de bicho a que pertencemos.

As mulheres modernas estão distantes do seu instinto maternal animal.

O parto, um momento da vida sexual e afetiva, um ritual de passagem e de crescimento para o ser humano, de ambos os sexos, tem sido reduzido a uma simples "ação médica" em nossa sociedade contemporânea. O ideal seria que todas as mulheres tivessem oportunidade de viver a gestação e o parto como parte de sua vida afetiva e sexual, dispondo de recursos médicos quando necessário e, ao mesmo tempo, podendo estar em contato com a natureza verdadeira do ato de dar à luz.

O parto deve ser natural, o mais espontâneo possível, com um mínimo de sofisticação na sua assistência, com o máximo de consciência e de adestramento técnico do profissional que o assiste. A melhor maneira de seguir um parto é observá-lo, sem interferir no seu andamento.

De mãe para filhas as parteiras transmitem um ensinamento valioso: para uma mulher em trabalho de parto, o mais precioso é alguém que segure sua mão e que não tenha pressa. A parturiente é quem melhor presente a hora, identifica os movimentos e sabe a melhor posição. "Quem faz nascer é a mãe mesmo", disse uma das parteiras mais antigas do Amapá. Essas regras simples são de parteiras tradicionais que aparam os mais de trezentos mil bebês que nascem por ano fora dos hospitais.
O nome de "aparadeiras", conquanto seja usado pejorativamente para qualificar as curiosas, em nada as deve diminuir, pois caracteriza sua atuação: a de aparar a criança que nasce sozinha.
Observando os dados de uma favela de São Paulo, cujos partos são assistidos por uma parteira, teremos um bom exemplo de como nascer é um ato natural para as mulheres de gestação de baixo risco. Ali, as complicações e cesáreas somam 3%, as mulheres não são isoladas, não se usam medicamentos e o índice de episiotomia é de 17%.
Na rede de hospitais privados, o índice de cesárea chega a 70% e, na pública 40%. A episiotomia chega a 100% nos hospitais convencionais quando se trata do primeiro filho.

O resgate da forma de nascer, da transformação do nascimento, tão essencial e necessário, precisa ser uma iniciativa feminina e da própria classe médica. No Brasil isto já vem acontecendo, os professores Galba Araújo, Moysés e Claudio Paciornik, Fernando Estelita Lins, Hugo Sabatino, Adailton Salvatore Meira, Maria Tereza Maldonado, Emerson Godoy c. Machado, Maria Celia Del Valle, Lívia Penna, entre outros, têm trabalhado, pesquisado e escrito sobre a gestação e o parto como
momentos de iniciação que deveriam ser tratados de forma especial e diferenciada. Muitas parturientes e mulheres anônimas têm procurado formas alternativas, naturais e humanizadas para terem seus filhos longe das maternidades, em suas próprias casas, sob o cuidado das parteiras tradicionais, mas são ainda minoria.

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sexta-feira, 25 de julho de 2003

Resultado da Enquete

 enquete

Como podemos observar, quase 60% das pessoas que visitaram meu blog fizeram partos cesáreos, o que demonstra claramente o abuso desnecessário da utilização da cirurgia no Brasil... Vale lembrar que em países como a Holanda, o índice de cesarianas é 9%

domingo, 20 de julho de 2003

Quem é o médico humanizado?

Todos os profissionais de saúde são humanos , mas nem todos poderiam ter a honra de serem denominados "humanizados", apesar de seus protestos.

Afinal, o que é "ser um profissional humanizado"?
É gostar da paciente/cliente?
É ser gentil com ela? Usar-lhe cortesia e delicadezas?
É perguntar-lhe se está bem?
É colocar a sua disposição todos os meios tecnológicos para aliviá-la da dor?
É dar-lhe explicações ou, ao contrário, evitar "confundi-la" com informações "desnecessárias"?
É não deixá-la esperando nas consultas?
É satisfazer os desejos dela?
É alojá-la na melhor suíte do melhor hospital da cidade?

É organizar seu parto da forma mais prática e rápida possível?
É encaminhá-la para um curso de preparação para gestantes?
É permitir a presença da doula e/ou do marido?
É atender pelo convênio para ser mais acessível?
Ou fugir dos convênios para ter mais independência profissional?
É aquele que saiu da melhor faculdade de medicina?
Que tem PhD nos EUA?
É o mais charmoso? O mais popular? O mais famoso?

Em meio a tantas opções, como definir o que é um "profissional humanizado"? Acreditamos que o profissional de assistência ao parto que possa chamar-se "humanizado" é aquele que possui três características essenciais:

1. Acredita verdadeiramente no parto como um processo fisiológico natural que dispensa na grande maioria dos casos qualquer intervenção e por isso tem uma longa lista de casos atendidos dentro deste parâmetro;

2. Acredita na capacidade da mulher de dar à luz e a tem em alta consideração e estima, confiando em sua sabedoria feminina;

3. Portanto lhe dá plena liberdade para conduzir o trabalho de parto conforme suas necessidades.

O que está por trás destas características é:

1. Competência profissional e conhecimento técnico em constante atualização;

2. Maturidade emocional e pessoal para lidar com serenidade e firmeza com um evento que apela para a Vida e a Morte, desencadeando fortes emoções;

3. Um código ético pessoal que lhe dá uma linha diretiva em sua conduta;

4. Visão cultural do sentido do fenômeno do parto e de suas implicações sócio-afetivas.

Concluindo: "Humanização" não coincide nem com as práticas adotadas durante o atendimento à gestante e o trabalho de parto, nem com a gentileza e compreensão demonstradas, nem com títulos e fama. "Humanização" corta transversalmente muitos dos itens relacionados acima, sem identificar-se com nenhum deles. Chamamos de "Humanização" uma nova visão do parto e da mulher que dá à luz que "humaniza" no sentido antropológico e psicológico todos os participantes do evento.

"Humaniza-os" porque os torna mais ricos em humanidade, em sensibilidade, em afetividade. "Humaniza-os" porque traz à tona sua grandeza, sua força, sua sabedoria. "Humaniza-os" porque lhes permite a experiência do mistério da Vida, da dor e da vitória, do risco e da alegria.

"Humaniza" o médico e os demais profissionais dando-lhes mais profundidade de compreensão do processo do parto e mais segurança para lidar com ele, tornando-os pessoas mais plenas.

"Humaniza" a mulher fazendo-lhe experimentar seu segredo guardado, sua força escondida, sua participação ativa no processo de criação da Vida e inaugurando assim sua maternidade e a relação com seu filho.

"Humaniza" o pai dando-lhe o presente de presenciar ao nascimento de seu filho, à vitória de sua mulher, saindo assim daquela espécie de exclusão que o acompanhou durante a gestação toda.

É evidente então que nem todos os livros do mundo, títulos, glória e fama irão tornar um médico alguém que possamos ter o prazer de chamar "humanizado". Porque "Humanização" não é o que se sabe mas como se usa esse saber - e aí entre em jogo a subjetividade, a pessoa que está por trás do avental.....


Adriana Tanese Nogueira
Amigas do Parto

19 dicas para evitar uma cesárea desnecessária

ICAN - International Cesarean Awareness Network

Antes do Parto:

Leia e se informe, freqüente cursos e palestras tanto dentro quanto fora do hospital.

Pesquise e prepare um plano de parto. Discuta este plano de parto com seu médico e mande uma cópia para o hospital ou casa de parto.

** Faça entrevistas com mais de um profissional (N.T.: veja comentário abaixo). Faça algumas perguntas chave e veja como eles respondem. Perceba se adotam uma atitude defensiva ou parecem contentes com seu interesse.

Pergunte ao seu médico se há um limite de tempo pré-estabelecido para o trabalho de parto e para a fase de expulsão. Veja quais são os fatores que na opinião de seu médico interferem com o processo fisiológico do parto.

Visite mais de um hospital ou casa de parto. Fique atenta às diferenças entre eles e pergunte sobre suas taxas de cesárea etc.

Informe-se sobre seus direitos de mulher grávida.

Escolha um(a) acompanhante de parto ou doula. Faça entrevistas com mais de uma. Um artigo recente publicado numa revista médica mostrou que uma doula pode diminuir significativamente os riscos de uma cesárea.

Se seu bebê está sentado (pélvico), procure descobrir exercícios que ajudam o bebê a virar, pergunte a seu médico sobre a versão externa (manobra para fazer o bebê virar) e sobre o parto vaginal de um bebê sentado. Pode ser necessário buscar uma segunda opinião.

Se você já teve uma cesárea, pense seriamente num parto normal desta vez. Segundo o American College of Obstetricians & Gynecologists, VBAC é mais seguro, na maioria dos casos, do que uma segunda cesárea. Até 80% de mulheres com uma cesárea prévia pode dar à luz normalmente.

Durante o trabalho de parto:

Fique em casa o máximo possível. Caminhe e mude de posição quando precisar. Fique na posição que for mais confortável para você.

Continue a comer e beber alimentos leves, especialmente durante o começo do trabalho de parto, para repor as energias.

Se sua bolsa d´água romper, não permita que ninguém faça uma exame vaginal sem indicação médica bem específica. O risco de infecção aumenta a cada exame. Discuta com seu médico como monitorar os sinais de infecção.

Peça que o monitoramento eletrônico fetal seja intermitente, ou que um fetoscópio seja usado. As pesquisas mostram que monitoramento contínuo aumenta o risco de uma cesárea sem melhorar o estado geral do bebê ao nascer.

Evite uma anestesia peridural. As pesquisas mostram que peridurais podem diminuir o ritmo das contrações e causar complicações para mãe e bebê. Se você quiser a anestesia e não conseguir fazer força na hora da expulsão, peça para descansar um pouco, espere o efeito da anestesia passar e aí volte a fazer força.

Não chegue cedo demais ao hospital. Se você ainda estiver bem no começo do seu trabalho de parto quando chegar lá, não aceite ser internada. Em vez disso, dê uma caminhada ou vá para casa descansar.

Descubra os riscos e benefícios de procedimentos de rotina e de emergência antes que se depare com eles. Quando se deparar com qualquer procedimento, procure saber porque ele está sendo usado em seu caso, quais são os riscos a curto e a longo prazo para você e para seu bebê, e quais são as outras opções à sua disposição.

Lembre-se de que nada é preto e branco. Se você tiver dúvidas, confie no seu instinto. Não tenha medo de se colocar. Assuma responsabilidade pelas suas decisões.

sábado, 19 de julho de 2003

Parto em casa

Pedro Luiz Schmidt, clínico geral e médico de família do posto da Lagoa, está prestes a alcançar uma marca impressionante: falta apenas um nascimento para ele atingir a marca de 300 partos realizados em casa.

"Só existem indicações para o parto na casa: não há o estresse do ambiente estranho e é extremamente seguro", explica ele.

O parto caseiro é um trabalho particular de Schmidt, não tendo relação com o serviço desenvolvido por ele no posto de saúde. Mesmo assim, não deixa de ser um atendimento domiciliar.

"Nestes 299 partos, nunca tive um problema mais sério", conta ele. São duas as técnicas empregadas: leboyer de cócoras e submerso. Segundo ele, as estatísticas comprovam que a cesariana oferece sete vezes mais riscos do que o parto normal. "Não há melhor anestésico do que o carinho do marido", argumenta.

Parto Normal x Parto Natural

Para saber as diferenças, o primeiro passo é recuperar seu sentido literal, conforme aparece no dicionário. Vejamos o que diz o Aurélio.

Normal: 1) Que é segundo a norma. 2) Habitual, natural.

Natural: 1) De, ou referente à natureza. 2) Em que não há trabalho ou intervenção do homem. 3) Que segue a ordem regular das coisas; lógico. 4) Inato, ingênito, congênito. 5) Próprio do instinto, instintivo. 6) Próprio, peculiar. 7) Não estudado ou calculado; sem artifício; desafetado, espontâneo. 8) Provável, presumível.

A palavra normal vem de norma. É importante entendermos o que é norma.

Norma: 1) Aquilo que se estabelece como base ou medida para a realização ou avaliação de algo. 2) Princípio, preceito. 3) Modelo, padrão. 4) Filos. Tipo concreto ou fórmula abstrata do que deve ser, em tudo o que admite um juízo de valor.

Resumindo: existe na norma que dá vida à normalidade um modelo, um padrão, um modo de ser baseado em princípios e preceitos ou, filosoficamente, numa fórmula abstrata do que deve ser. O normal está vinculado à realização do padrão, criado na base de uma fórmula a respeito do dever ser.

Um modo de ser, um comportamento, uma atitude, assumidos e incorporados pela maioria e repetidos durante muito tempo se tornam habituais, viram uma espécie de reflexo automático e só então são passíveis de serem chamados naturais. Nesse caso, natural significa não-consciente. O que achamos que é normal não é objeto de nosso pensamento, não nos perguntamos cada vez se queremos ou não, está em nossos mecanismos automáticos de comportamento semi ou totalmente inconscientes. O normal vira natural porque passou a ser habitual, ou seja: não questionado, não refletido, não pensado e indagado. Inconsciente.

E como fica isso tudo em relação ao nosso parto normal?

O que é um parto normal hoje?

Em primeiro lugar, o parto normal é o contrário de cesárea. Portanto é um parto vaginal.

Mas, como é a norma desse parto vaginal normal? É um parto hospitalar, é um parto em que a mulher está deitada, com as pernas presas nos estribos e os braços soltos para a mulher poder puxar o guidão (obs: No caso da cesárea, os braços também são presos de lado e amarrados, como se estivesse numa cruz...).

Com certeza isso tudo é normal, pois estamos acostumadíssimos a ver esse tipo de cena (nas maternidades, nos filmes, nos livros), tão acostumados que na maior parte das vezes sequer nos perguntamos se realmente é normal. Mas aí entra a importância de diferenciarmos as palavras. Este parto é normal no sentido de que é o modo como acontece o parto há séculos. Está baseado num modelo estabelecido por volta de 1700 quando as mulheres, alienadas do processo, foram assumindo a posição deitada (decúbito dorsal) para facilitar a intervenção do interventor: o médico. Esse modelo de parto pertence a um dever ser, a um como deve ser formulado abstratamente na base das necessidades do médico. Sendo assim, o sujeito desse parto é o médico.

O nosso atual parto normal não é um modelo de parto comprometido com a idéia de que o parto seja um processo fisiológico natural. Por seguir uma norma construída não na base do corpo, mas de outros fatores, na verdade já não é mais natural.

Por quê? Porque o natural é espontâneo, é instintivo, é aquilo que segue a ordem natural das coisas. Nada que seja socialmente e culturalmente normatizado é natural e o natural não pode seguir um padrão, pois perde inevitavelmente seu sentido e sua essência. Portanto não é possível estabelecer um padrão para o parto. Da mesma forma diríamos que não se pode (e não se deve!) estabelecer um padrão para uma relação sexual: quanto mais natural, espontânea e vivida melhor; quanto menos cerebral, quanto menos preocupada em atender modelos e normas, melhor. Caso contrário será um fracasso.

Quando falamos em resgatar o parto como processo fisiológico, o parto como sendo da mulher, estamos na verdade resgatando o sentido íntimo de um processo vinculado aos instintos e ao corpo: ou seja, de um processo que é fundamentalmente natural.

Natural é entendido aqui como aquilo em que não há trabalho ou intervenção do homem, a menos que seja estritamente necessário. O natural do parto é permitir que as coisas sigam seu curso, é quando não há artifícios, intervenções desnecessárias. Pois a natureza segue um curso, tem um processo, tem um sentido, um começo e um fim. A natureza é ordeira, é sensata, é finalizada. Natural não é louco, caótico, insensato. O amparo humano está em permanecer alerta para possíveis erros da natureza. Mas, lembrem-se que os humanos erram também e muito! Que se por um lado temos a vasta gama de conhecimentos científicos e tecnológicos, por outro temos milhares e milhares de anos de prática natural da natureza... a assim chamada sabedoria da natureza.

Sendo animais racionais, mas ainda assim animais, é sensato e sábio da parte nossa, mantermo-nos bem integrados e estáveis nos dois mundos: o natural, o que segue a natureza, o fluxo e a sabedoria da natureza pois ela tem ainda muito para nos ensinar e o racional, que tem conhecimentos mas também sabe refletir criticamente sobre os mesmos.

E você, teve ou vai ter um parto normal ou natural?

por Adriana Tanese Nogueira
fonte: http://www.amigasdoparto.com.br/normal.html

sexta-feira, 18 de julho de 2003

Parto muda e novas técnicas revolucionam relação entre mãe e filho

JANAINA FIDALGO
da Folha de S.Paulo

Você já ouviu falar em parto humanizado? Já pensou em fazer um parto na água ou em posição de cócoras? Sabia que o melhor é o parto natural? Estas técnicas estão no meio de um emaranhado de outras maneiras que fizeram o parto evoluir com o tempo e que começam a revolucionar
a idéia de dor na hora de dar à luz -um dos maiores temores.
Ser mãe é um sonho alimentado por muitas mulheres, mas é preciso se preparar para receber o bebê, escolhendo inclusive o melhor jeito de trazê-lo ao mundo. Os cuidados servem para que a criança nasça saudável e para que a mulher permaneça bem, com uma alimentação saudável, praticando atividades físicas, evitando o aumento excessivo de peso, cuidando da pele e sabendo lidar com possíveis alterações psicológicas.
O parto na água, ainda pouco difundido no Brasil, é uma das alternativas para amenizar a dor do parto: respeita o tempo que o bebê precisa para nascer e aumenta o contato entre pai, mãe e filho.
"O parto natural não é um modismo, mas um direito que as mulheres têm e que está sendo negado a elas. Ele traz benefícios em todos os níveis, da experiência pessoal ao desenrolar do próprio parto. Não digo que o parto na água seja para todas as gestantes, mas deve ser uma opção viável para aquelas que queiram", afirma o ginecologista e obstetra Adailton Salvatore Meira, especialista em partos na água.
O efeito relaxante da água reduz as sensações de dor provocadas pelas contrações que ocorrem durante o trabalho de parto e descontrai a musculatura do períneo -espécie de músculo que oferece resistência à saída da criança no momento do nascimento. Outro aspecto positivo é a segurança que a gestante sente quando está dentro da banheira.
"A água é como um analgésico. Ameniza a sensação dolorosa porque diminui o peso gravitacional. O corpo fica mais leve e, consequentemente, o bebê pesando menos é empurrado com mais facilidade", diz Meira. Nesse tipo de parto, a gestante fica dentro de uma banheira, coberta completamente por água a uma temperatura que varia de 36º a 37º.
"Tive muitas contrações, mas quando entrei na banheira as dores melhoraram 50% porque a água alivia", diz a veterinária Tatiana Monreal Dal Fabbro, 34, que deu à luz o seu segundo filho na água.
No parto feito na água, o pai não é mero coadjuvante do processo. Ele fica dentro da banheira, sentado por trás da mulher, dando apoio emocional, fazendo massagem e incentivando a gestante. Também tem como responsabilidade cortar o cordão umbilical do bebê, o primeiro contato com o filho.
A criança nasce debaixo d'água e só é trazida à superfície segundos depois. Enquanto em um parto tradicional os pais mal teriam contato com o bebê, na água a ligação entre pai, mãe e filho é o que tem mais valor.
A família permanece na banheira abraçada, estreitando os laços e respeitando o tempo que o bebê precisa para se adaptar ao novo ambiente. O cordão umbilical só é cortado quando a placenta [camada que envolve o recém-nascido] é completamente expelida pelo corpo da mulher.
"Em 75% dos partos feitos na água, o bebê não chora. Ele continua dentro da água, recebendo o carinho dos pais. É um momento só do casal e do bebê", afirma Meira. Nesse tipo de parto, a criança tem uma transição mais suave para a atmosfera, porque permanece em um meio aquático, que é mais leve, relaxante e aquecido.
"Não me arrependo. É uma sensação única. Não é uma dor propriamente dita. Sentir seu bebê sair de você é uma maravilha, uma emoção muito grande", diz Tatiana.
A grande dificuldade encontrada por quem opta por esse tipo de parto é a falta de ambientes adequados. A maioria dos hospitais e maternidades do Brasil, acostumados a receber pacientes que fazem cesarianas ou partos normais na posição horizontal, não são equipados com banheiras. No entanto, como os riscos de complicações durante o parto na água são baixos, a gestante pode dar à luz em sua própria casa ou nas chamadas casas de parto.



Como antigamente



Outro tipo de parto que deixou de ser usado com o tempo, mas que está sendo recuperado é o parto verticalizado, na posição de cócoras. Segundo Hugo Sabatino, professor de tocoginecologia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), estudos antropológicos demonstraram que em 99% das civilizações antigas as mulheres davam à luz na posição vertical, principalmente de cócoras.
"Isso mudou no século 18. Um prestigiado médico francês sugeriu a posição horizontal porque era muito grande o número de mortes, tanto materna quanto infantil", diz Sabatino.
Atualmente, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), apenas 20% das mulheres apresentam algum perigo na gravidez, mas a maioria continua sendo tratada como se pertencesse ao grupo de risco. "Gravidez não é patologia", afirma Sabatino.
Para o ginecologista e obstetra Ricardo Herbert Jones, um dos adeptos da humanização, o parto horizontal facilita o trabalho do médico, mas atrapalha a mãe e o bebê. "O parto verticalizado, que é recomendado pela OMS, é mais fácil, seguro e rápido", diz.
Para mudar essa tendência, a Unicamp criou há 20 anos um grupo que desenvolve o parto alternativo. "Começamos a modificar a postura da grávida na hora do parto. Estimulamos a posição de cócoras, mas como é pouco utilizada pela mulher civilizada, criamos uma cadeira que facilita o processo", afirma Sabatino.
Nem somente a postura das mulheres durante o parto preocupa alguns médicos, que, para incentivar o parto normal, criaram a Rehuna (Rede pela Humanização do Nascimento). O chamado parto humanizado, defendido pelo médico francês Fréderick Leboyer, prega, entre outras coisas, o respeito ao bebê e é extremamente benéfico para a mãe.
Um dos princípios do parto humanizado é dar liberdade à gestante. "A tendência é que a mulher tenha liberdade para escolher quem vai ficar com ela para se movimentar, se alimentar e beber quando quiser. Ela dita as regras e tudo ocorre sem intervenção", diz Jones.
Tatiana queria dar à luz a sua primeira filha na água, mas como as condições não foram favoráveis, ela pediu que fizesse, pelo menos, um parto humanizado. "No nascimento da Lorena eu estava com pouco líquido. Foi induzido, mas fizemos um parto o mais humanizado possível. O ambiente estava escuro, fiquei de lado e não tomei analgésico nem anestesia. Ela tirou dez em tudo", disse a mãe Tatiana.
A pedagoga Gisele de Oliveira, 28, disse que o parto humanizado foi muito bom para sua primeira filha. "A Andressa é tranquila e carinhosa."


Cesariana

Temendo a dor e querendo evitá-la a qualquer custo, muitas grávidas acabam fugindo do parto normal -seja ele de cócoras, na água ou horizontal- sem nem saber se teriam condições para dar à luz dessa maneira.
A solução, incentivada por muitos médicos por ser mais prática e rápida, é agendar um dia, tomar sucessivas anestesias e passar por uma cirurgia: a cesariana. O recurso, no entanto, segundo o Ministério da Saúde, deveria ser o último, utilizado apenas nos casos em que, por algum problema, a mulher não pode dar à luz por meio de um parto normal.
No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, 32,4% dos partos feitos em 1995 foram cesarianas. O número vem diminuindo, resultado, provavelmente, de campanhas feitas pelo governo para incentivar o parto normal. Em 2000, 23,8% dos nascimentos foram realizados por meio de cesariana. Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo lideram a lista de cirurgias.

Exemplo de Plano de Parto

(por Virgínia que teve seu parto na água)




DURANTE O TRABALHO DE PARTO



1.. Autorizar presença e participação do pai o quanto ele desejar, da admissão ao nascimento.
2.. Presença de outras pessoas da família ou amigos durante o trabalho de parto e parto.
3.. Sem Lavagem Intestinal e tricotomia.
4.. Liberdade para caminhar e/ou movimentar.
5.. Uso liberado de chuveiro e/ou banheira no trabalho de parto.
6.. Bebidas e alimentos com alto teor de carboidratos e pouca gordura à vontade.
7.. Infusão intravenosa apenas se houver indicação médica.
8.. Não utilização do monitoramento fetal eletrônico de forma contínua,visando a mobilidade total, sendo assim usar o monitoramento intermitente com pinar ou um sonar portátil.
9.. Sem rompimento artificial da bolsa d´água.
10.. Medicação para alívio da dor administrada apenas quando solicitado por mim.
11.. Presença de acompanhante de parto profissional (doula) para suporte contínuo.
12.. Drogas para indução ou aceleração do trabalho de parto apenas sob necessidade médica explícita.
13.. Uso de suíte de parto ou a mesma cama para o trabalho de parto e parto.
14.. Possibilidade de utilização de objetos pessoais (roupas, música, etc).


DURANTE O PARTO EM SI



1.. Posição para expulsão confortável (para mim) e eficiente.
2.. Episiotomia apenas se for extremamente necessário. Caso seja necessária utilizar o corte médio-lateral.
3.. Anestesia ¿regional¿ apenas se for necessária alguma intervenção cirúrgica.
4.. Nascimento suave (Parto Leboyer), sem pressão quanto ao tempo do período expulsivo, ou seja, enquanto mãe e bebe estiverem em condições boas nada deve ser feito para apressar o processo de nascimento.
5.. Clampeamento do cordão apenas depois que parar de pulsar
6.. O Pai corta o cordão umbilical.
7.. Bebê colocado imediatamente no seu colo (ou sobre a barriga, ou nos braços).
8.. Bebê amamentado assim que desejar.
9.. Sem utilização de colírio oftalmológico, nitrato de prata.
10.. Utilização de vitamina K oral.
11.. Possibilitar um tempo ideal de formação do vículo mãe-pai-bebe.
12.. Placenta expulsa espontaneamente da parede do útero.
13.. Exames no bebe devem ser realizados nos braços da mãe.
14.. Tirar fotografias ou filmar durante o parto.


PÓS-PARTO



1.. Bebe deve permanecer todo o tempo na companhia da mãe, inclusive na pesagem e medição realizada no berçario.
2.. 10 Banho do bebe dado após o nascimento pela própria mãe e/ou pai.
3.. Não oferecer ao bebê água, leite em pó ou chupeta.
4.. Alojamento conjunto 24 horas.
5.. Pai deverá ficar no apartamento com mãe e bebê até a alta.

segunda-feira, 14 de julho de 2003

O Gravidômetro tá famoso!

Pessoal, o programinha da Ingrid, Gravidômetro, saiu no Jornal de Informática do Globo hoje! Na coluna do Gravatá!
O programa pode ser baixado aqui mesmo no blog, no lado esquerdo da tela.
O link para baixar o programinha é http://superdownloads.ubbi.com.br/download/i19397.html

jornal1

quinta-feira, 10 de julho de 2003

Quero ter apoio do meu marido e da família para ter um parto natural e humanizado!

Olha a mensagem que minha mãe enviou depois que leu o meu post sobre parto humanizado no meu blog....

"Filha, vê se não inventa...
Já vi programas de parto dentro d agua, mas isso tudo é meio natureba demais, e voce não é nada naturalista. Além disso, quem são essas pessoas q dão os depoimentos; voce não conhece nenhuma. Olho vivo, o mundo tá cheio de birutas.
A propósito, Fadynha?!
Bjs. e juízo
Mamãe ( em pânico!)"

Dá para acreditar????
Hoje, conversando com meu marido sobre o parto, ele falou que eu tenho que parar de querer ser diferente e não colocar a vida do nosso filho em risco. Palavras dele: "E se acontecer algo de errado? Você vai ficar se culpando o resto da vida!!?"
Será que vou ter que encarar essa "briga" por um parto humanizado sozinha?? Gente, estou me sentindo muito desamparada, com uma vontade de chorar enorme.... Tenho medo de investir muita energia no parto humanizado e me desgastar com minha família.

Alguém pode me ajudar? Será que vocês também passaram por isso??

***
Essa angústia é vivida pela Flávia, e por muitas outras mulheres grávidas, cujas famílias não apoiam e acham loucura ter um parto natural.
O Edson, marido da Virgínia e pai da Natália também custou a aceitar o parto na água da Virgínia...

Veja o recado que ele dá:

Eu sei exatamente oque a sua mãe e o seu marido estão pensando, quando a Virginia me procurou dizendo que queria um parto "diferente" a minha reação foi a mesma.

E posso dizer que é natural essa reação quando as pessoas não conhecem o assunto, eu não conhecia nada de parto e achava que qualquer coisa diferente de uma cesarea era bobeira, afinal, pra que arriscar ?

E apesar de ser um grande cabeça dura a Virginia conseguiu me mostrar que um parto humanizado era o melhor para nossa filha, eu diria que foi quase um trabalho de psicologa ;)

Ela comprou diversos livros sobre o assunto para que eu lesse, me explicou N vezes as vantagens, enfim passou boa parte da gravidez nesse processo.

Com o passar do tempo eu fui entendendo melhor o processo e acabei concordando com ela e dando o apoio que ela tanto precisava, mas para isso foi fundamental encontrar um médico no qual eu confiasse 100% e também foi preciso que ela abrisse mão do parto domiciliar. Na ocasião eu achava melhor estar num local com a infra estrutura necessaria para emergencias em caso de problemas no processo.

Hoje tendo visto como foi tranquilo o parto eu acho que teria sido possivel realiza-lo em casa, e acho que não vou me opor se a Virginia desejar que o proximo seja dessa forma.

Acho que o resumo do meu recado é tenha paciencia e lute por aquilo que vc acredita ser o correto, seu marido vai perceber que vc só quer o bem da criança e vai acabar aceitando a ideia. Isso pode demorar um pouco, mas tenha fé que vai ocorrer.

Quanto a sua mãe, não se stresse, o parto é algo que em ultima instancia só dizem respeito a vc e seu marido.

[]´s Edson, Marido da Virginia, Pai da Natália.

Ps. A proposito, fazer ela assinar a lista é um bom começo na doutrinação dele ;) , comigo funcionou bem hehehehe

Parto Humanizado - Uma questão de atitude: Por Ricardo Herbert Jones

Tudo de realmente importante que aprendi na minha vida aprendi com meus filhos. Sou meio retardadinho pra aprender... meus pais tiveram muitas dificuldades comigo.
Um misto de rebeldia com insubordinação. Minha mãe dizia que se eu batesse a cabeça e rebentasse uma veia nenhum doutor me operaria, por que "não haveria de ter uma britadeira tão forte pra abrir uma cabeça tão dura".
Mas aprendi algumas coisas com meu filhos, vendo a minha imagem nos seus discursos. Filhos são espelhos em que vimos nossos defeitos e algumas virtudes.
Meu filho Lucas é um sábio de 21 anos. Poucas pessoas conseguiram me ensinar tanto quanto ele. Sua postura, sua docilidade, sua capacidade de seduzir através da simpatia e de uma visão positiva diante da vida sempre me comoveram.
Pois ele tem mania de acampar. É um viajante ecológico, que adora explorar lugares novos e diferentes.
Um explorador. Alguém que não se conforma com o que os olhos vêem apenas.
Eu sempre o acompanho, porque sempre é momento de aprender algo novo.
Numa dessas vezes estávamos diante de uma decisão para ser tomada: caminhar ou não os 10 km que nos separavam da cascata do Garapiá, uma linda queda d´água no rio Maquiné, interior do RS. Nosso grupo era composto por uns 10 adolescentes, e mais alguns velhos, como eu, meu irmão Marcus e sua mulher. Existiam várias opiniões discordantes, que apontavam para posições antagônicas. Alguns estavam cansados, outros queriam pescar e tinha gente que queria apenas sentar e descansar.
Todas as posições foram defendidas com ardor e civilidade. Eram argumentos bem firmes defendendo o que o grupo poderia fazer no dia seguinte, mas estávamos longe de um consenso. Após mais de uma hora de debates, e diante da impossibilidade de se conseguir uma unanimidade, Lucas afastou-se do grupo e pegou sua mochila, começando a prepará-la. Perguntei-lhe o que estava fazendo e ele respondeu:
- Não há espaço para consensos aqui. Eu entendo que muitas são as alternativas. Não posso convencer todo mundo a caminhar 10 km para ver uma beleza como aquela. Por outro lado, não vim de tão longe pra deixar isso prá trás. Respeito todos que querem ficar aqui, mas eu vou nem que seja sozinho. Estou arrumando minha mochila porque às 6 horas da manhã ponho o pé na estrada e visitarei a garganta do Garapiá.
Todos ficaram olhando para o Lucas enquanto ele arrumava sua mochila. Sua postura era de serenidade, mas firmeza. Não estava brabo com os outros por não tê-los convencido. Não estava com raiva de ningupém por terem idéias diferentes da sua quanto a diversão ou o valor de conhecer coisas novas. Apenas estava respeitando seu direito de viver a vida como ela lhe parece melhor. Queria que sua diversão fosse compartilhada, mas caso ninguém quisesse isso iria sozinho, valorando sua vontade e sua determinação.
- Lucas. Eu vou contigo, disse eu. Também quero conhecer a cascata. Estou nessa. Pensando bem, vale a pena essa caminhada. Nem estou tão cansado assim...
- Ok, disse seu primo. Também vou. Podemos pescar outra hora.
Em alguns minutos, quase todos decidiram-se a acompanhar o Lucas, com excessão do meu irmão que na viagem de ida ficou com muitas bolhas nos pés, e ficaria cuidando do acampamento.
O que afinal produziu o consenso?
Os argumentos eram adequados para qualquer alternativa. poderíamos ter explorado o local em que estávamos. poderíamos ter pescado ou andado de barco. Porque a discussão racional das múltiplas alternativas não foi suficiente, mas a atitude de Lucas surtiu esse efeito?
A resposta está contida na pergunta: a ATITUDE.
Lucas assumiu uma atitude FIRME em relação ao que iria fazer. Deixou claro para todos que respeitava os posicionamentos, mas que tinha uma idéia muito clara do que ele considerava adequado para ser feito. Arrumou sua mochila como quem escreve um plano de parto e disse: "Aqui está o que quero. Se alguém quiser me seguir, ficarei feliz. Caso contrário, irei sozinho e confiante na minha decisão, porque ela foi sedimentada pelas múltiplas opiniões que eu escutei."
Imaginar que uma família vá concordar, produzir consenso ou falar em uníssono é ingenuidade, em se tratando do nascimento humano.
Na imensa maioria das vezes o que vai nos conduzir é a ATITUDE do cuidador, médico ou parteira, ao nos falar sobre sua experiência e sua idéia sobre o nascimento.
Ou então podemos ser conduzidos pela mesmice das crendices infinitas que nos cercam, apontando para múltiplos lugares e nos deixando tontos, sem jamais conseguir agradar a todos.
Claro que muitas vezes só uma ATITUDE firme e dterminada não é suficiente. Lembrem-se que mesmo a atitude de Lucas não foi suficiente para mobilizar meu irmão, cheio de bolhas nos pés. Ele estava "doente", e precisava mesmo de descanso. Assim também uma grávida com uma afecção verdadeira deve ter sua condição observada e respeitada, principalmente por si mesma.
Atitude...
Quando perguntaram a Robbie se "Humanização do Nascimento" era uma espécie sofisticada de tecnologia aplicada ao nascimento, ela respondeu:
- Não. Humanização do Nascimento é uma atitude, uma postura de respeito à mulher e ao nascimento.

Lucas...
Quem é o pai e quem é o filho?

Ricardo Herbert Jones é obstetra humanizado em Porto Alegre - RS e faz parte da REHUNA

domingo, 6 de julho de 2003

Preocupações de uma grávida

gravidez_3

Uma grávida perguntando se "deve" se preocupar. Se eu disser: Não, não deve. Você está proibida de se preocupar! Você iria me bater não era?

Principalmente porque estar grávida é um estado de pre-ocupação constante. A gente não sabe o que está acontecendo dentro da barriga e tem uma fase em que a gente fica imaginando mil bobagens, achando que o filho tá mal, que talvez seja mal formado(pé-de-pato-bangalô-três-vezes!), que não vai completar o tempo de gestação...

A gente se preocupa se eles se mexem demais(será que não está se sentindo mal?). Se está se mexendo de menos(será que está fraquinho? ou coisa pior).
A ultrassonografia ajuda em alguns aspectos psicológicos porque nos mostra na telinha que nosso filho tem o tamanho certo, a vitalidade certa, a quantidade de dedos certos, etc...

Mas e a ansiedade? a preocupação, essa sensação de : Será que tá mesmo tudo bem? A ultra pode nos ajudar nisso? Eu te respondo categoricamente:

Não!

Porque estar grávida é se pre-ocupar:um estado antes da ocupação porque afinal estamos esperando que a natureza faça seu papel para depois do nascimento a gente se ocupar do rebento.Aí a gente acaba deslocando esses fantasmas do tamanho, vitalidade e perfeição do bebê para outras coisas, outros estresses desnecessários tipo:

1.Ai meu fiho está sentado(com 25 semanas);
2.Ai, tem pouco líquido ou ai, tem muito líquido.
3.Ai, ele é grande demais (= não nasce de parto normal (???))
4.Ai, é muito pequeno, não vai aguentar o parto...
5.Ai, o cordão está enrolado no pescoço..

E por aí vai. Acho que cada uma aqui já saiu alguma vez de uma sessão de ultrassonografia com o coraçãozinho apertado por um nadinha...

Então, ao invés de simplesmente nos tranquilizarmos passamos a desacreditar em nossa capacidade de dar á luz áquele bebê que já vimos que está bem.
Deslocamos nossa insegurança que pelo amor de Deus gente é NORMAL, ESPERADA E BEM VINDA na gravidez para NOSSAS capacidades que antes era de gerar um ser perfeito(como se duvidássemos merecer) e agora passa a ser de parir de forma perfeita(como se não fôssemos capazes).

Então grávidas preocupadas absolutamente normais eu tenho duas coisinhas básicas para lhes dizer:

PRIMEIRA continuem se preocupando! Esse é um sinal de sintonia com o processo, um sinal de cuidado consigo, com o bebê que estar por vir e com a própria mulher que está mudando com a chegada desse novo filho (primeiro, segundo, terceiro ou centésimo).

SEGUNDA falem de suas preocupações porque daí a gente pode usar esse espaço pra dizer: Tá tudo bem, é assim mesmo, eu passei por isso! Falem com seus
médicos.Façam esse povo trabalhar! ;)

E eu passei mesmo gente. As coisas que eu descrevi eu senti na MINHA gravidez. Aí, cada uma de vocês pode até se sentir mais bem acolhida, mais normal, mais traquilia... até aparecer a mais nova caraminhola na cabeça que acaba quando o filho tem por volta de.... E ACABA ALGUM DIA?

por Socorro Moreira, psicóloga e doula - Fortaleza - CE

MITOS, FOLCLORES, MENTIRAS, LENDAS, TABUS E UM POUQUINHO DE INVENÇÕES TAMBÉM

MITOS DO PARTO DOMICILIAR/CASA DE PARTO
"Parto domiciliar (em casa de parto) é perigoso"
"Mulheres que optam pelo parto em casa (em casa de parto) são loucas"
"Mulheres que optam pelo parto em casa (em casa de parto) são muito corajosas"
"Ter um parto em casa (em casa de parto) é egoísmo e coloca o bebê em perigo de vida"
LENDAS SOBRE BEBÊS E PARTO
"Bebês grandes aumentam a chance de ruptura uterina"
"Bebês grandes são responsáveis por partos difíceis"
"O tamanho do bebê é um fator a ser considerado na possibilidade de parir"
"Mulheres pequenas não pode parir bebês grandes"
"Se a cabeça do bebê está para baixo, então ele está em uma boa posição"
"Se o bebê está sentado, ele tem que nascer de cesariana"
"Se o bebê está sentado, a cesárea é a forma mais segura dele nascer"
"Bebês pequenos não podem nascer de parto normal"
"Pelo ultrassom é possível ver se o bebê é grande demais para um parto normal"
TABUS E PRECONCEITOS DO PARTO NORMAL
"Parto é perigoso"
"O parto é um procedimento médico"
"Você pode morrer da dor do parto"
"Não tem porque sofrer com a dor do parto se hoje em dia há a anestesia à disposição"
"O parto natural está ultrapassado"
"Meu corpo terá dificuldades em parir (ou eu não vou suportar)"
"Pés pequenos = Bacia Pequena"
"Você precisa ser examinada e aprovada por um obstetra para ter certeza que pode dar à luz"
"Se você teve alguma dificuldade em um parto, significa que sua bacia é muito pequena"
"O meu segundo parto será parecido com o primeiro, só que mais rápido"
"O trabalho de parto é definido pelas mudanças no colo do útero (dilatação e/ou esvaecimento)"
"O uso de ervas no parto não é seguro"
"A presença de mecônio (fezes do bebê) no líquido amniótico significa que ele está em sofrimento fetal"
"O trauma de um parto anterior não afeta os partos futuros"
"O médico pode dizer quando você entrará em trabalho de parto analisando as mudanças do colo do útero"
"Parto normal faz a vagina ficar larga"
"Parto normal faz a baxiga ficar baixa, provoca incontinência urinária e depois precisa operar o períneo."
FOLCLORES DO FINAL DA GESTAÇÃO
"Quarenta semanas é o tempo necessário para o bebê ficar pronto"
"Se o bebê estiver "alto", não encaixado no final da gravidez, então não vai mais encaixar"
"Chegar a 42 semanas de gestação dobra o risco de seu bebê morrer"
"Um colo do útero grosso significa que você está a semanas de dar à luz"
"Os bebês sempre se encaixam antes do trabalho de parto se iniciar"
"O trabalho de parto deveria se iniciar com o rompimento da bolsa"
"Pelo formato da bacia é possível predizer se o parto vai ser normal ou cesárea"
MITOS DO ATENDIMENTO "MODERNO"
"Um médico é necessário para um parto saudável"
"A queda na mortalidade infantil é um resultado direto do atendimento hospitalar no parto"
"Ultrassons na gravidez são essenciais"
"O início do trabalho de parto constitui uma situação médica emergencial"
"Médicos sempre salvam vidas"
"Estar em um hospital para o parto garante segurança e saúde para a mãe e o bebê"
"O sistema médico atual é seguro e a melhor opção para o atendimento ao parto "
"Graças a Deus você nasceu no século XX, quando toda a tecnologia médica está ao seu alcance. De outra forma você provavelmente seria uma daquelas pobres mulheres que morriam em trabalho de parto"
"O parto é mais seguro se o bebê for monitorado continuamente com o monitor fetal"
"A tecnologia médico-hospitalar garante o nascimento saudável e seguro"
MENTIRINHAS SOBRE PROFISSIONAIS DE SAÚDE
"Médicos têm um conhecimento específico adquirido com anos de experiência que os permite adivinhar como será um trabalho de parto"
"Médicos não fazem nada que possa atrapalhar o parto"
"Médicos não fazem nada que possa prejudicar a saúde da mãe ou do bebê"
"Tomar uma decisão que vai contra um conselho médico é muito perigoso e desaconselhado. Ele não vai mais tratar de você caso isso ocorra."
"Uma enfermeira obstetra é sempre pior do que um médico obstetra"
"Deve haver alguma coisa errada na quantidade de leite que produzo"
"Meu médico está sempre certo e está apenas preocupado com meus interesses"
"Toda parteira é igual"
"Obstetras são especialistas em partos"
"Enfermeiras obstetras são as únicas parteiras verdadeiramente qualificadas para a assistência ao parto"
"Eu deveria acreditar mais no meu médico do que em mim mesma."
"Chega uma hora que é tarde demais para trocar de médico"
"A maioria dos obstetras escolheram essa profissão porque gostam de prestar assistência ao parto"
"O profissional do parto é o encarregado e eu sou seu objeto de trabalho"
"Enfermeiras obstetras e parteiras nunca são intervencionistas"
"Um obstetra sabe mais sobre o parto do que eu"
INVENÇÕES DOS PROCEDIMENTOS MÉDICOS
"A indução do parto é segura se você estiver com 37 semanas ou mais"
"Passar da data é perigoso. Quarenta semanas é o limite para o bebê ficar no útero."
"A episiotomia é o corte organizado, enquanto o rompimento natural é caótico e incorrigível"
"Quando o colo está fechado ou desfavorável, não adianta tentar a indução. A cesárea é a melhor opção."
"A episiotomia é um corte pequeno e de fácil cicatrização"
"A episiotomia previne a incontinência urinária"
"A partir de 37 semanas o bebê já está pronto"
LENDAS DA CESÁREA E DA INDICAÇÃO DE CESÁREA
"A cesárea é a opção do parto sem dor"
"A cesárea é um procedimento seguro para mãe e bebê"
"Quando a dilatação chega a 10 cm e o bebê não desce imediatamente, é necessário fazer uma cesárea"
"Quando a gravidez não pode continuar, é necessário fazer uma cesárea"
"É mais fácil recuperar-se de uma cesárea marcada do que uma cesárea depois de algumas horas de trabalho de parto"
"Não importa o tipo de parto, se o bebê tiver saúde."
"Parto normal depois de cesárea é perigoso"
"No momento em que você ver seu bebê, você se apaixonará imediatamente e nada mais terá importância (inclusive o tipo de parto que você teve)"
"Pressão alta no final da gravidez é sempre sinal de pré-eclâmpsia, e a cesárea é a melhor opção"
"Desproporção céfalo-pélvica (ou feto-pélvica) significa que meu bebê não passaria pela minha bacia e a melhor indicação é a cesárea"
"Gêmeos e trigêmeos têm que nascer de cesárea"
"Parto normal depois de cesárea deveria ser tratado como alto risco"
"As pessoas em geral entendem que a cesárea é uma cirurgia de médio porte, longa recuperação, considerável perda sangüínea"
"Mulher que faz cesárea não vai sofrer de incontinência urinária"
"Eu jamais escolheria subconscientemente uma cesárea!"
"A presença de mecônio indica a necessidade de uma cesárea de urgência"
"Mulheres com pressão alta não podem ter parto normal"
Por Ana Cristina Duarte, doula, bióloga e co-fundadora das Amigas do Parto