Eu acredito que o diagnóstico de não ter dilatação é uma invenção do "parto controlado pelos tempos da medicina".
Sei que existem uma série de fatores de ordem física e psicológica que podem realmente IMPEDIR que a dilatação progrida.
Um dos fatores físicos citados foi a "cicatriz" de antigas cauterizações como a Roxana já explicou mas acho que o mais significativo nesse "sintoma" é o piscológico.
E aí entra o campo do desconhecido porque nem só os fatores externos como o ambiente hospitalar e as condutas da equipe, a confiança das pessoas que estão acompanhando as mulheres.
Aí entra também medos e desejos secretos dessa mulher, a capacidade que ela tem de se deixar levar por algo que ela NÃO TEM CONTROLE, a sua aceitação como mulher, suas vivências anteriores no campo da sexualidade e por que não dizer até suas vivências com o próprio nascimento.
Nesse campo entram os fantasmas...os urubus que rondam a carniça com as histórias "maravilhosas" que todos gostam de contar sobre partos que deixaram uma mulher rasgada até a coxa e que a gente despreza mas que vai lá no fundo... num medo desconhecido da gente.Em alguns casos, a mulher consegue depois significar todo esse atraso na evolução do parto... mas é preciso que se deixe o tempo do corpo feminino guiar o evento.
E nem sempre está ao alcance do cuidador permitir que essa mulher supere esses medos e ultrapasse o muro mesmo que esse cuidador queira. Digo mesmo que queira, porque nem sempre o médico quer esperar esse tempo. Quando um médico diz: Vamos operar, 12 horas de trabalho de parto e sem dilatação... aí se pergunta: Como estava o bebê? Apresentava sinais de bradicardia? A mulher ainda estava disposta a tentar mais? Ele tinha consulta?
Falo isso porque sei de uma cesárea que ocorreu assim. A mulher ficou 12 horas em Tp. Dilatação 2 cm. O médico indica a cesárea ela: Por favor não, deixa eu tentar mais uma seis horas(detalhe: contrações intensas a cada 3 minutos). Ele diz:Sua bebê não vai aguentar... ela aceita.Depois do parto ela pergunta: Minha neném estava em sofrimento? O médico diz que não, mas não era bom arriscar.(esse é um caso real)
Aí eu faço a pergunta: Ela não teve dilatação ou o médico não teve paciência?
Eu gosto de lembrar do parto da Fernanda. Tem uma parte no depoimento dela, em que ela diz que dá uma olhada para o berço e os bonequinhos e eles ainda estão molhados(o berço da pintura e os bonequinhos da lavagem) depois de tudo pronto, o parto evolui bem... não estou querendo dizer que ela segurou a Duda dentro dela só para a pintura do berço secar...mas fica evidente que ela se "soltou mais" depois que tudo ficou PRONTO. Só que na verdade, ELA ainda não estava pronta, o corpo dela ainda não estava pronto... e ela só pôde saber disso, deixando o útero dela agir no RITMO dele. Então a sua pergunta é: Como proceder quando a dilatação não progride? A resposta é ENTREGUE-SE! Abra-se, permita-se, deixe o parto tomar conta de si. Siga o ritmo das suas necessidades, procure as suas posições agradáveis...
As mudanças de posição, acocorar-se, pendurar-se, balançar-se ajudam,visualizar a dilatação, apoio é fundamental.
fonte: http://br.groups.yahoo.com/group/amigasdoparto/message/21171
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