segunda-feira, 2 de junho de 2003
Qual é a verdadeira identidade da "Mãezinha"?
Qual a verdadeira identidade da "Mãezinha" atendida por nosso profissionais de saúde?
Muitas de nós, mulheres, nos sentimos rebaixadas a uma condição de quase "infantilização" ao parir nossos filhos...
Desde a gestação, os cuidados do companheiro (quando existem) são quase paternais, muitas vezes, o obstetra não nos informa adequadamente de tudo que está acontecendo em nosso corpo, em consultas cada vez mais curtas e técnicas.
Mas, o que nos incomoda especialmente, é a súbita falta de identidade que as mulheres enfrentam ao se tornarem MÃES. Deixamos de ser Maria, Sofia, Juliana, Lilian, Fátima ou Luciana para nos transformarmos "Mãezinha".
Não pensamos que os profissionais de saúde, ao dirigirem-se às mulheres nos postos de saúde de serviço público ou nas caras clínicas privadas como "mãezinhas" têm consciência do que estão fazendo. Não estamos aqui querendo culpabilizá-los... Mas queremos levantar uma questão que nos incomoda há mais de uma década.
Reduzir o papel social daquela mulher e sua identidade a "maezinha" é desempoderá-la... é retirar seu nome e seu lugar no mundo. É infantilizá-la.
E principalmente é colocar uma barreira entre aquela "mãezinha" e o Dr(a). Fulano de Tal... que tem nome e tem o poder da informação.
Queremos muito que os jovens estudantes e todos os profissionais que lutam tão arduamente pela promoção da amamentação, pensem nisso.
Queremos ser tratadas pelo nosso nome, queremos ser vistas integralmente, ouvidas quanto aos nossos problemas para amamentar, nossas dúvidas e inseguranças.
A amamentação depende, antes de qualquer coisa, de uma mulher que pariu, tem leite, mas tem também uma história de vida que deve ser ouvida e respeitada.
Denise Arcoverde(Origem)
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