segunda-feira, 16 de março de 2015

Ultrassonografia em excesso durante a gestão faz mal ou não?

Por: Maíra Libertad Soligo-Takemoto - Enfermeira Obstetra, no Facebook.

"A ultrassonografia está sendo usada cada vez mais por razões não médicas, no entanto, nas primeiras 10 semanas de gravidez deve ser realizada somente quando for clinicamente indicada, informa um novo documento publicado hoje pelo Royal College de Obstetras e Ginecologistas (RCOG) no Reino Unido.

O documento de opinião avalia as questões relacionadas à exposição às ondas de ultra-som nas primeiras 10 semanas de gestação, conhecidas como período embrionário, à luz das mais recentes evidências e protocolos de organizações e comitês de segurança da ultrassonografia, tanto nacionais quanto internacionais. O uso com indicação médica e sem indicação médica foi analisado.

O documento destaca que não há evidências de que a exposição repetida às ondas de ultra-som tenha efeitos cumulativos ou prejudiciais. No entanto, as primeiras 10 semanas de gestação são um período de potencial vulnerabilidade para o embrião, uma vez que ele é muito pequeno e a divisão celular é mais rápida durante este período. Adicionalmente, o fluxo de sangue fetal é limitado pois a circulação fetal-placentária só é estabelecida após 11 semanas de gestação, o que significa uma potencial vulnerabilidade ao estresse térmico.

Com a falta de dados epidemiológicos, os autores adotaram uma abordagem preventiva/cautelosa e afirmam que eles não endossam o uso de ultra-som nesta fase inicial da gravidez, a menos que indicado clinicamente ou no âmbito de pesquisa.

Os autores do documento não recomendam o uso de ultra-som incluindo 4D com o único propósito de guardar imagens ou vídeos de recordação no período embrionário.


Link para as principais mensagens do documento (em PDF):


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