Por: Maíra Libertad Soligo-Takemoto - Enfermeira Obstetra, no Facebook.
"A ultrassonografia está sendo usada cada vez mais por razões não médicas, no entanto, nas primeiras 10 semanas de gravidez deve ser realizada somente quando for clinicamente indicada, informa um novo documento publicado hoje pelo Royal College de Obstetras e Ginecologistas (RCOG) no Reino Unido.
O documento de opinião avalia as questões relacionadas à
exposição às ondas de ultra-som nas primeiras 10 semanas de gestação, conhecidas
como período embrionário, à luz das mais recentes evidências e protocolos de
organizações e comitês de segurança da ultrassonografia, tanto nacionais quanto
internacionais. O uso com indicação médica e sem indicação médica foi
analisado.
O documento destaca que não há evidências de que a
exposição repetida às ondas de ultra-som tenha efeitos cumulativos ou
prejudiciais. No entanto, as primeiras 10 semanas de gestação são um período de
potencial vulnerabilidade para o embrião, uma vez que ele é muito pequeno e a
divisão celular é mais rápida durante este período. Adicionalmente, o fluxo de
sangue fetal é limitado pois a circulação fetal-placentária só é estabelecida
após 11 semanas de gestação, o que significa uma potencial vulnerabilidade ao
estresse térmico.
Com a falta de dados epidemiológicos, os autores adotaram
uma abordagem preventiva/cautelosa e afirmam que eles não endossam o uso de
ultra-som nesta fase inicial da gravidez, a menos que indicado clinicamente ou
no âmbito de pesquisa.
Os autores do documento não recomendam o uso de ultra-som
incluindo 4D com o único propósito de guardar imagens ou vídeos de recordação
no período embrionário.
Link para as principais mensagens do documento (em PDF):
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