quinta-feira, 29 de maio de 2003
Quem vem por aí?
Visite os blogs delas e deixem pensamentos positivos!!!
Como saber se o bebê está em sofrimento fetal?
"Como e quando é possível diagnosticar que um bebê está em sofrimento? " - essa foi a pergunta da Ângela.
A neonatologista Ana Paula, respondeu:
"Em relação ao sofrimento fetal, acho que a obstetra Roxana poderia te esclarecer melhor, mas grosso modo, ele é caracterizado por diminuição dos batimentos cardíacos do feto durante o trabalho de parto.
O DIP (desaceleração intraparto) pode ser tipo 1, com desacelerações coincidentes com as contrações ou tipo 2, com desacelerações após a contração.
O tipo 1 pode ser apenas observado e o tipo 2 requer alguma intervenção do obstetra.
Tem um DIP 3 também, mas não estou me lembrando bem do que se trata.
Existe ainda a bradicardia sustentada, qando a desaceleração persiste por minutos, independente da contração, e também exige intervenção.
Meu filho apresentou Dip tipo 2 e evoluiu para uma bradicardia sustentada, que foi o motivo da minha cesárea."
Socorro M. complementa:
"Uma das melhores formas é através dos batimentos cardíacos do bebê.
Se o bebê durante o trabalho de parto, apresentar queda nos batimentos cardíacos, pode ser idicação de sofrimento principalmente se a queda ocorrer ENTRE as contrações, porque é normal o bebê ter uma pequena desaceleração durante a contração.
O que deve ser feito, pelo que eu sei, administrar oxigênio na mãe. Mudar a parturiente de posição pode ajudar em caso de não resolver é fazer uma cesárea mesmo. Mas a maioria dos obstetras tradicionais fazem logo é a cesárea na primeira bradicardia durante a contração e depois não entendem porque tem um índice de cesáreas TÃO alto! :))
Entretanto,existe a possibilidade da ausculta no monitor fetal apresentar falsos positivos. Ou seja, o monitor acusar a queda sistemática nos batimentos e, feita a cirurgia o bebê nascer com um apgar de 1° minuto superior a 7(sinal que não tinha sofrimento fetal).Mas nesse caso convenhamos que é realmente uma judieira cobrar do médico adivinhar se aquela oscilação é ou não sofrimento!"
Então, gente, desaceleração dos batimentos no momento da contração, não quer dizer sofrimento fetal!
Logo após, Rose perguntou:
"Com apenas uma ou duas vezes que o médico escuta com o aparelho é possível detectar um sofrimento fetal?????
Pois foi este o motivo apresentado no prontuário da minha cesárea, sendo que o médico escutou apenas uma única vez."
A resposta mais provável para essa pergunta é: Não!
Os batimentos cardíacos do bebê devem ser bem monitorados para não acontecerem cesarianas desnecessárias.
quarta-feira, 28 de maio de 2003
Amamentar emagrece?
Meninas, amamentar emagrece mesmo? Sempre, ou depende da mulher? Desde o parto (há 21 dias) só perdi seis quilos. Eu engordei 13kg na gravidez.
Não posso fazer regime, nem exercício no momento, mas estou preocupada com os quilos extra e gostaria de saber da experi~encia de vocês.
E o uso da cinta? Ajuda a emagrecer? Acho que deve ser muito incômodo...
Essa é a dúvida da Socorro. Muitas respostas vieram, mas de uma maneira geral, foi dito para que ela não se preocupe com isso agora... Afinal, só se passaram 3 semanas, o que é muito pouco ainda.
Pode levar meses até que a mulher volte ao seu peso normal!
A amamentação estimula a contração uterina, fazendo com que o útero retorne ao seu tamanho original, sem contar que amamentar faz a mulher gastar muitas calorias! Por isso, também, dá muita fome e muita sede! Não deve ser feita dieta durante a amamentação, a mulher deve se alimentar muito bem, pois estará "fabricando" o leite do bebê.
"A amamentação, logo após o parto, faz com que o útero contraia-se, evitando hemorragia (a principal causa da mortalidade materna o Brasil). A recuperação pós-parto é acelerada e o peso da mulher volta ao normal mais rápido;"
Sobre a cinta, algumas falaram que não acharam muito incômoda e que ela ajudava a dar uma "segurada" na barriga. Outras acharam a cinta incômoda e não usaram. Em ambos os casos, o útero voltou ao normal, com a amamentação...
Veja aqui uma matéria completa, falando de entrar em forma amamentando:
http://www.aleitamento.org.br/boaforma.htm
Tampão Mucoso
Essa é a dúvida da Vírginia, que foi prontamente respondida por várias participantes da lista
A maioria delas respondeu que o tampão saiu antes do estouro da bolsa, algumas até semanas antes do trabalho de parto. A Chrys, por exemplo, perdia partes do tampão desde o 7o mês de gestação. Já a Tatiana, teve primeiro o estouro da bolsa e minutos depois, saiu o tampão.
Ingrid alerta que, após o exame de toque, é comum perder parte do tampão, o que não significa necessariamente que a mulher vá entrar em trabalho de parto.
Qual é a aparência do tampão mucoso?
Várias descrições foram dadas, pelas meninas, entre elas:
- "uma gelatina com uma leve ponta de sangue mais escuro"
- "uma gelatina com algumas placas de sangue"
- "uma "geleca" meio branca com umas rajinhas de sangue"
- "essa gelequinha q as meninas estão falando, como um catarro meio amarronzado"
terça-feira, 27 de maio de 2003
É recomendável fazer quantas ultras rotineiras durante a gestação?
Ricardo diz que para ele o número ideal de ultrassonografias rotineiras é ZERO. O importante é só fazer exames quando há indicação para tal. Qualquer indicação de cesárea, apontada pela ultra, pode ser descoberta antes através de sintomas e exame físico. Aí sim, é indicada uma ultra, para confirmar o problema.
Além do mais, descobrir se o seu bebê tem Síndrome de Down, só vai acarretar uma gravidez triste, pois nada poderá ser feito.
Motivos para não se fazer ultras rotineiras demais:
- Ainda não foi provado, mas há indícios de que crianças submetidas a várias ultras, podem se tornar crianças que possuem medo de barulhos como aspirador, batedeira, etc. Isso pq ainda se discute a possibilidade do feto ouvir o barulho do ultrassom, equivalente a um metrô do lado do ouvido dele.
- Não existe nenhum estudo comprovando resultados melhores com o uso rotineiro de ultrassonografias na gestação. Apenas para saciar a curiosidade dos pais e da família e para aumentar os índices de cesarianas e todas as outras intervenções controladas pelos médicos. Nada contra curiosidade feminina, mas vender ultrassonografia sem falar dos riscos (muitos, presumíveis, mas ainda para serem melhor avaliados) é uma atitude criminosa. Dizer que "não custa nada" é negligenciar os dois bilhões de dólares que a Austrália (apenas um exemplo) gasta anualmente só com esse exame, que na maioria das vezes serve apenas para escolher o enxoval do bebê.
- Fuja de médicos que fazem ultras no consultório. Ginecologista não é ecografista, não sabe fazer um bom exame, a não ser que tenha se especializado nisso, e especialização é coisa para anos. O que acontece é que o obstetra compra o aparelho, faz um cursinho de 1 mês e graciosamente começa a oferecer a ecografia em todas as consultas.A mãe fica feliz, afinal quem não gosta de ver o bebê todo mês, não é? Mas como ele é mal treinado e faz exames em excesso,começa a encontrar "pouco líquido","muito líquido", bebê grande", cordão enrolado", etc. Resultado: cesárea ! E o pior é que às vezes coisas realmente graves passam batido...
Não consegui amamentar, tive medo do parto normal... Fracassei !?
***
A Drª Gabriela Dorothy, grande dentista homeopata e especialista em respiradores bucais com fama internacional, (a fama é dela, não dos respiradores) uma vez almoçou comigo durante um congresso. Eu contei pra ela o fato de que eu não havia sido amamentado, e que essa era a principal razão das minhas múltiplas perturbações mentais. Disse-lhe que se tivesse sido razoavelmente amamentado eu poderia ter uma vida normal, e não ser um prisioneiro das minhas neuroses. Um pouquinho apenas de leite materno e eu seria hoje um cidadão adequado, ajustado e normal !! Ela sorriu para mim e disse: Jack o estripador provavelmente foi amamentado ao seio, o que não o livrou de ser um assassino frio e cruel.
À tarde ela tinha uma outra conferência sobre amamentação e respiradores bucais e lá estava lá eu, sentado na primeira fila. O seu jeito afetivo, carinhoso, maternal, e principalmente a forma amorosa como ela se referia ao seu marido a deixavam com uma aura angelical, que a todos encantava. No meio de sua explanação, e enquanto produzia-se um pequeno burburinho no fundo da sala, ela voltou-se para mim e disse, para uma platéia de mais de 400 pessoas:
- Vejam aqui o exemplo do Dr. Ric. Não foi amamentado ao seio, não teve a oportunidade de exercitar sua musculatura facial pelo exercício do aleitamento materno. Foi constrangido a usar mamadeiras desde cedo, perdendo todas as vantagens que eu acabei de enumerar a respeito da amamentação. Apesar disso, ele consegue ficar com a boca fechada............ e respirar ao mesmo tempo.
Risadas, muitas risadas. Os "pontinhos" que eu escrevi na frase acima, em verdade, foram bem maiores do que parecem. Quando ela deu essa paradinha, todos riram da minha possível dificuldade em "fechar a boca".
Naquele dia eu entendi que, assim como o parto natural é um grande impulso para uma vida mais saudável desde o início para o bebê, e uma grande possibilidade transformadora para a mãe, um desmame ou uma cesariana TAMBÉM podem produzir pessoas ajustadas.
Somos seres multifatoriais. Somos nós mesmos e nossas circunstâncias, como diria Ortega. Estabelecer essa ligação direta entre desmame = doença, cesariana = prejuízo irreversível é reducionismo ingênuo. Somos muito mais adaptáveis do que isso.
A luta pela humanização deve ter sempre um caráter includente, isso é, deve sempre tentar somar. Excluir as pessoas que fizeram cesariana (ou desmamaram precocemente) e taxar suas condutas de erros irreversíveis é um equívoco.
Podemos dizer que amamentar ao seio por tempo indeterminado é uma conduta que tem uma possibilidade muito maior de gerar benefícios e saúde. Podemos também dizer que uma pessoa que escolhe um parto natural e humanizado tem uma possibilidade muito grande de sair do processo de parto/nascimento muito mais fortalecida e confiante nas suas capacidades. Entretanto, garantir esse sucesso, ou o fracasso das opções opostas, é desreconhecer as múltiplas facetas da alma humana e a nossa fantástica capacidade adaptativa.
Não somos máquinas programadas para reagir uniformemente ao mesmo estímulo.
Provavelmente temos gênios na história da humanidade que iniciaram sua obra sobre o fracasso de uma amamentação e sua posterior dificuldade em relacionar-se bem com sua mãe, por exemplo. Ou mulheres que iniciaram uma obra de conscientização sobre o nascimento a partir de um fracasso de parir naturalmente, como a Robbie Davis-Floyd ou mesmo a Ana Cris. Somos muito mais criativos do que imaginamos, e é por isso que a nossa espécie continua aqui, apesar de tantos obstáculos.
Uma criança amamentada ao seio tem muito mais probabilidade de ser saudável (e ter um peso bom, por exemplo) mas esse simples fator não pode neutralizar TODOS os outros (como o biotipo, conforme foi corretamente falado). Uma mulher cesariada terá uma série de dificuldades, mas isso não significa que ela não terá uma boa e saudável relação com seu filho, mesmo com um início que não é dos melhores. Seu filho igualmente poderá ser uma criança com saúde e com uma grande capacidade afetiva, mesmo tendo sido tirado do claustro materno de uma forma não natural e até mesmo agressiva.
Como diria meu filho Lucas: "Expand your mind, expand your horizons"....
Somos centelha divina, e temos nosso pé fincado numa data tão distante.
Temos a doença incurável da evolução, e somos criados da matéria adaptável dos múltiplos sóis, que brilham no escuro dos céus. Temos a sentença de progredir sempre, tal é a lei.
As dificuldades todos as temos, mas muito maior do que elas é nossa sina de mudar, e mudar, e assim corrigir rotas e rumos.
sábado, 24 de maio de 2003
Criança que mama no peito engorda menos ou mais que as alimentadas com leite articial?
Essa é a dúvida da Socorro, que teve a Bia de parto natural, no último dia 7 de maio.
Primeiro, é muito normal o bebê que mama em intervalos pequenos, e durante muito tempo, principalmente os recém-nascidos, até que ele crie seu próprio horário.
Sobre o quanto seu filho vai engordar, o que conta é muito mais a carga genética. Se você e o seu marido são grandes, provavelmente seu filho será grande, seja ele alimentado com NAN ou com leite materno. Se vocês são pequenos, a mesma coisa. Provavelmente não importará muito a fonte de alimentação, neste ponto.
O que torna o leite materno melhor é o fato dele conter anticorpos (que são uma vacina natural para o bebê), é de graça, está sempre na temperatura certa, é mais prático (não precisa esterilizar os recipientes), cada mãe faz o leite próprio para o seu filho, o leite materno muda a medida que a criança cresce, não provoca alergias, tem também o fator psicológico que fortalece o vínculo mãe-bebê, etc.
Socorro, vc não precisa provar nada pra ninguém. Se a sua filha engordar muito ou não, o que importa é que ela ganhe peso, não importa muito quanto ela engorde. Pq cada criança tem sua carga genética e suas tendências a engordar ou não.
Teste o seu médico: Meu médico é intervencionista ou é liberal?
Essa é uma lista bem humorada de perguntas a se fazer ao seu obstetra. Na verdade é um teste para verificar que tipo de médico ele é: do mais intervencionista ao mais liberal. Apesar do tom informal, as "respostas certas" foram inspiradas nas evidências científicas e nas recomendações da Organização Mundial da Saúde.
1) Qual a sua postura em relação à "cesárea x parto normal"?
a) O parto normal é o melhor, mas só dá para saber na hora.
b) Hoje em dia não faz sentido ter bebê por parto normal, com as técnicas de cirurgia tão avançadas e seguras. A recuperação é rápida e graças aos novos antibióticos, antinflamatórios, antitérmicos e analgésicos, você pode ter uma vida quase normal em menos de 2 meses.
c) O parto normal é melhor, mas na sua idade (ou com o seu peso, ou nessa época do ano, ou para uma pessoa sensível como você) a cesárea é mais garantida.
d) O parto normal é melhor e pelo menos 90% das mulheres podem dar à luz naturalmente. Você também tem tudo para ter um parto normal e nós vamos nos preparar para isso!
2) Quais intervenções no parto você considera essenciais?
a) O que eu uso nos partos é o soro com ocitocina (hormônio) para acelerar as contrações, episiotomia (corte no períneo) e rompimento da bolsa aos 5 cm de dilatação. Mas às vezes tenho outras idéias durante o parto. Depende do dia e dos meus compromissos.
b) Eu uso as intervenções apenas em raros casos, até porque a maioria delas podem ter efeitos colaterais indesejáveis. A natureza pensou em tudo, para a grande maioria das mulheres.
c) Só a anestesia, porque acho que a mulher não deve sentir dor. O resto varia de mulher para mulher.
d) Só a episiotomia, porque o parto pode destruir a vagina da mulher e provocar incontinência urinária.
3) Em que posição posso dar à luz? Posso ter um parto de cócoras?
a) Ra ra ra ra.... Parto de cócoras? Você não é índia, é? A mulher de hoje não tem musculatura para ficar de cócoras. Você quer ser partida ao meio, minha filha?
b) Semi-reclinada, pois no centro obstétrico da maternidade onde atendo, tem uma mesa de parto que permite que a paciente eleve um pouco as costas.
c) Da forma que você se sentir mais confortável, podendo ser de cócoras, de quatro, de lado ou de outro jeito que você inventar. A única posição que eu procuro não incentivar é deitada, porque o bebê pode ter o suprimento de oxigênio comprometido.
d) Como assim? Existe outra posição para dar à luz que não seja deitada?
4) Qual será sua postura caso eu recuse alguns procedimentos que você esteja recomendando?
a) O parto é seu. Você decide o que é melhor. Se eu indicar um procedimento, vou te explicar porque, vantagens e desvantagens, mas quem tem que resolver é você.
b) Eu não recomendo procedimentos. Eu faço. Na hora do parto você não tem condições de discutir o que é bom para você. Aliás, desde o início da gravidez a mulher tem o comportamento alterado, bem como a capacidade de discernimento.
c) Eu terei que abandonar o atendimento e chamar um plantonista, pois não quero me responsabilizar pelas desgraças que podem acontecer ao seu bebê.
d) Você não tem o direito de recusar um procedimento que está sendo prescrito para o bem do seu bebê.
5) Até quanto tempo você espera na gestação, antes de indicar procedimentos por "passar da data"?
a) Eu espero até 40 semanas. Depois disso faço a cesárea. Nem tento a indução, porque é tempo perdido. Ou você prefere arriscar a vida do seu filho e viver com esse peso pro resto dos seus dias?
b) A gestação normal vai de 38 a 42 semanas. O que eu proponho é um cuidado mais intenso depois que passa de 41 semanas. Mas a princípio, enquanto o bebê e a placenta estiverem bem, eu não faço nada. Passadas 42 semanas, podemos começar a pensar em indução do parto.
c) Eu espero até 40 semanas. Depois disso interno para induzir com soro.
d) Eu espero até 41 semanas e depois interno para induzir com citotec.
6) Você tem o hábito de pedir permissão e informar tudo o que você acha necessário fazer durante a gestação e o parto?
a) Como assim, pedir permissão? Eu estudei 10 anos, trabalho há 15 anos com partos e sei o que estou fazendo. Se for pedir permissão para fazer tudo, vou passar o dia nessa lenga-lenga com minhas pacientes.
b) Só peço permissão quando acho que o procedimento vai doer.
c) Não faço nem um exame vaginal sem pedir permissão, pois o corpo é seu, o parto é seu. Meu dever é fazer o melhor, desde que você me permita e entenda o que está acontecendo.
d) Depende do dia, pois às vezes depois de 2 plantões seguidos, eu fico meio impaciente.
7) Qual é a sua taxa de cesáreas?
a) Não sei, não tenho contado ultimamente... Se é alto? Não considero alto, porque hoje em dia as mulheres só querem cesárea. A culpa não é minha. Elas já chegam com uma idéia pré-concebida.
b) Minha taxa de cesárea é baixa, cerca de 40-45%...
c) A taxa é de 20%.. De partos normais..
d) Minha taxa de cesárea está perto de 25%, o que ainda considero alta, mas estou tomando algumas providências para tentar baixar para os 15% recomendados pela Organização Mundial da Saúde
8) Posso levar meu marido e uma acompanhante (doula) para o meu parto?
a) Por mim você pode levar qualquer pessoa que faça você se sentir segura e tranqüila.
b) Porque? Você vai dar uma festinha no centro obstétrico? Quer ver seu marido desmaiando? Eu acho que um acompanhante já é muito.
c) Pode levar só o marido, mas só depois que ele fizer a preparação comigo, porque eu quero um aliado, não um inimigo me vigiando.
d) Não, eu acho que acompanhantes atrapalham, perturbam o ambiente, fazem muita pergunta, deixam a mulher insegura, ficam questionando o médico. Eu não atendo a família, eu atendo a gestante!
9) Você acha possível um parto normal depois de uma cesárea?
a) Você está louca? Quem andou falando uma bobagem dessas para você? Deixa disso, minha filha, isso é coisa de natureba inconseqüente.
b) É possível, mas tem que usar fórceps para não ter um período expulsivo prolongado.
c) É possível se o trabalho de parto não passar de 4 horas.
d) É possível e é uma ótima opção, com grandes chances de dar certo.
10) Você acha que tendo uma gestação de baixo risco posso ter meu bebê em casa?
a) Sim, o local do parto deve ser escolhido por você e seu marido. Se essa f or sua opção, devemos tomar algumas precauções, como ter um hospital relativamente perto para o caso de precisarmos de remoção. Mas geralmente não há necessidade.
b) Sim, mas eu não atendo partos domiciliares. Posso tentar te indicar um médico que faça.
c) Você enlouqueceu? Quer matar seu bebê? Quer se matar? Já pensou como é agradável sangrar até a morte com sua família te olhando sem ter o que fazer?
d) Sim, mas é muito arriscado. Muito mesmo. Você está com idéias muito românticas sobre o parto. Deveria fincar os pés no chão.
11) Devo fazer um curso de preparação para o parto?
a) É bom, não porque você não sabe o que é certo, mas o curso vai te dar dicas preciosas, vai te dar boas sugestões para um parto agradável, vai te dar dicas de amamentação. No mais, você vai entrar em contato com outras gestantes, o que pode ser uma experiência bastante enriquecedora.
b) Bobagem. Na hora eu te digo o que é certo ou errado. Eu estudei 10 anos, pratiquei mais 15 e te garanto que sei fazer um parto. É só você ficar deitada quietinha que tudo vai dar certo.
c) Faça apenas o curso do hospital, para saber onde é a entrada, como são as rotinas do hospital, como se comportar e o que esperar.
d) Tanto faz. Você também pode ler essas revistas para mãezinhas que tem todas as dicas que você precisa de enxoval, decoração, exames médicos e tal.
12) Quantos exames de ultrassom eu devo fazer ao longo da gestação?
a) O ideal é fazer em todas as consultas e por isso eu já tenho um aparelho aqui no consultório. A gente já vai vendo a carinha do bebê, como ele se mexe, todas as partes do corpo e tudo o mais.
b) Você deve fazer pelo menos 4 para ver se o crescimento do bebê está bom.
c) Eu recomendo fazer o menor número possível de exames, pois ainda não foi totalmente provado que o ultrassom é inóquo. Algumas pesquisas apontam para uma posssível alteraçao no cérebro em bebês que passam por muitos exames na gestação. Só vou pedir esses exames se tivermos que confirmar algum diagnóstico.
d) O máximo que o seu plano de saúde permitir antes de vir aqui me atazanar a paciência.
Resultados - some os pontos:
1- a(2) / b(1) / c(2) / d(3)
2- a(1) / b(3) / c(2) / d(2)
3- a(1) / b(2) / c(3) / d(1)
4- a(3) / b(1) / c(2) / d(1)
5- a(1) / b(4) / c(2) / d(3)
6- a(1) / b(2) / c(3) / d(1)
7- a(1) / b(2) / c(1) / d(3)
8- a(3) / b(1) / c(2) / d(1)
9- a(1) / b(2) / c(2) / d(3)
10- a(3) / b(2) / c(1) / d(2)
11- a(3) / b(1) / c(2) / d(1)
12- a(1) / b(2) / c(3) / d(1)
Se seu médico fez entre 12 e 20 pontos: Fuja, saia correndo, ligue dizendo que você não está grávida, era um engano, foi apenas má digestão. Você tem certeza que ele tem um diploma válido em território nacional? Ter um parto com esse médico e sair ilesa é tão garantido quanto acertar na Megasena, sem ter comprado um bilhete.
Se seu médico fez entre 21 e 30 pontos: É melhor você trocar de médico e procurar alguém mais antenado com as novas tendências em atendimento obstétrico. Seu médico pode até ser bem intencionado, mas definitivamente é mal informado. Pode ser que dê um bom ginecologista, mas como parteiro deixa muito a desejar!
Se seu médico fez entre 31 e 37 pontos: O cara é fera, conhece e aplica as recomendações da Organização da Saúde e as evidências científicas. Aparentemente evita procedimentos médicos que podem atrapalhar o trabalho de parto. É respeitoso e honesto. Parece um cara do bem, um bom partido. Me arruma o telefone dele?
Escrito por Ana Cristina Duarte - Amigas do Parto
Minha filha tem 5 meses e chupa o dedo. Devo dar a chupeta?
Essa é uma dúvida muito comum!
Mas vejam bem. A Lara ainda tem 5 meses e ainda está na fase oral, aquela fase em que os bebês colocam tudo na boca.
As crianças até 2 anos (em média) têm necessidade de sugar ou de colocar objetos na boca, para sentir a textura e estimular o desenvolvimento. Portanto, deixe seu filho colocar o dedo na boca à vontade nessa fase.
Ele vai botar o dedo da mão, o dedo do pé, a mão inteira, o que chegar na mão dele, etc. Normalmente a criança larga o dedo até o término dessa fase.
Então por que dar a chupeta? Alguns dizem que é porque mais tarde, após a fase oral, a chupeta é mais fácil de tirar.
Ou seja, já estão admitindo que o filho não vai abandonar o dedo. Pois saiba que a maioria das crianças larga o dedo normalmente, antes do término da fase oral. Principalmente aquelas que foram bem amamentadas e bem estimuladas nessa fase. Elas saciam a necessidade de sugar e saem dessa fase definitivamente, depois dos 2 anos, em média.
Crianças que mamam ou chupam o dedo após o término da fase oral (que perdura em média até os 2 anos) são em geral mal vistas pela sociedade.
Será que ao tirar um tirar o dedo da boca de um bebê de 5 meses e trocar por uma chupeta, não estamos querendo na verdade, retirar o preconceito que recai sobre o nosso filho e sobre nós e trocar por um objeto que normalmente não gera palpites, a chupeta?
Quantas mães que amamentam crianças de 2 anos não já ouviram uma crítica?
Mas se estivesse chupando chupeta com 2 anos, será que seriam criticadas?!
A sociedade não pressiona as mães que tem filhos de 2 anos que chupam chupeta. As mães, por sua vez, se sentem culpadas e sentem pena de tirar a chupeta do filho. Por outro lado, também existem aquelas mães, pais, avós, etc, que são mais dependentes da chupeta do que a própria criança. A qualquer pedido ou apelo ou choro... lá vem alguém com a chupeta na mão.
Portanto, será que após os 2 anos, os pais iriam se preocupar em retirar a chupeta?
Dentistas afirmam, que dos pacientes com deformação dentária, 60% foram provocados por chupeta e 20% pelo dedo na boca quando crianças.
Isso prova que a chupeta não é mais fácil de tirar após a fase oral. Ela é muito mais difícil (de tomarmos a iniciativa) de tirar!
Lembrem-se: Após a fase oral, tanto o dedo quanto a chupeta são prejudiciais na fala, na respiração, deglutição, e formação dentária, e após essa fase devem ser retirados.
Leia aqui os textos relacionados a essa mensagem, enviados por:
quarta-feira, 21 de maio de 2003
Episiotomia - deve ser feita somente quando necessário
"Minha cicatrização foi tão perfeita que se eu não soubesse, nunca iria dizer que um dia meu períneo rasgou ! Só senti dor nos primeiros dias pós-parto, depois, nunca mais! Eu sempre fico feliz, quando eu me recordo que eu pedi para não ser feita a episiotomia, foi a melhor decisão que tomei na vida. Minha vida sexual não foi prejudicada e eu voltei ao normal em um ou dois meses." - diz Betty.
"Eu tb não tive episiotomia, mas como tb tive uma pequena lasceração foram feitos 3 pontinhos q cairam sozinhos em 1 semana e a cicatrização ficou perfeita em 20 dias... Tb achei otimo nao ter feito a episio, imagino q deve incomodar um bocado..." - diz Chrys
Leia mais em: Por que o fim da episiotomia de rotina - por Ana Cristina Duarte
Medo do Parto
E se tiver que cortar o períneo?
É a sangue frio?
E se eu fizer muita força, o meu organismo vai aguentar?
Qual a sensação de ter a vagina costurada?????
Esses são alguns medos, mitos e aflições que levam muitas mulheres a optar pela cesárea eletiva.
A probabilidade da cabeça do nenem ser muito grande (em relação a sua bacia) é muito baixa...
Afinal esse nenem é seu filho e tem sua carga genética... a não ser que seu marido seja extremamente maoir do que vc, esse risco é muito baixo!
Episiotomia (corte no períneo) na maioria dos casos é desnecessário... ou seja, se o tempo de trabalho de parto for respeitado e o nenem descer naturalmente e lentamente (como é o normal), este corte não é necessário... Além disso, se caso for necessário é usada uma anestesia local, isso se vc já não tiver tomado
a peridural durante o trabalho de parto!
Qto a fazer força... vc fará somente força que seu corpo for capaz de fazer... não há riscos em relação a isso...
Vc tem que pensar que a cesárea tbem tem N pontos que devem ser considerados:
1. serão 7 camadas do seu corpo que serão cortadas... e depois cada uma delas leva cerca de 15 pontos... então vc tem será costurada e serão muito mais
pontos do que no caso de uma possível episiotomia. Vc já pensou na sensação de ter sua barriga costurada? É pior que um períneo costurado...
2. dor, vc tbem irá sentir, assim que a anestisia passar.
3. vc estará muito mais debilitada para cuidar do nenem após uma cesárea do que após um parto normal
4. com a cesárea vc corre 4 vezes mais risco de morrer e o bebe 10 vezes mais!!!
Realmente são coisas para se pensar, com calma e decidir conscientemente...
aliás essa consciência é a coisa mais importante... se vc resolver pela cesárea deve saber exatmente as implicações disso, assim como se resolver pelo parto
normal idem!!!
Alguns relatos de parto relacionados ao assunto:
Socorro Acioli
Dydy
Paula
Ana Cris Oliveira
Sou capaz de parir? Sou capaz de amamentar?
Ana Cris, concorda que não somos máquinas, somos animais racionais.
Enquanto animais, temos a fisiologia perfeita. Todas as mulheres têm o organismo apto a parir (embora nem toda gestação permita) e TODAS as mulheres produzem leite.
Enquanto animais racionais, pensamos e fazemos nossas decisões.
Ela nasceu parto cesáreo porque sua mãe queria ligar as trompas e não mamou no peito um dia sequer. Cresceu saudável sim e ama muitíssimo sua mãe. Mas acha que não ganhou o melhor.
E por isso que, enquanto animal, capaz de parir e amamentar, e enquanto racional, capaz de decidir o que é melhor para si e para os seus rebentos, lutou por partos normais e pela amamentação exclusiva, mesmo passando por dificuldades.
Ana Cris diz para Joana que se sua decisão já está feita com convicção, se o que você ela mesmo é uma cesárea de hora marcada (mesmo com todos os riscos que ela cria) e uma alimentação baseada em NAN, vá em frente, siga com seus planos, você não será menos mãe por isso.
Mas saiba que essa é uma escolha SUA, enquanto ser racional, e não baseada em uma suposta incapacidade do seu organismo.
Cuidado com o exagero! São dez os exames necessários durante o pré-natal
A possibilidade estatística de um casal saudável gerar um filho com alguma anormalidade cromossômica, como a síndrome de Down, é de um em 600 nascimentos. Entenda-se por casal saudável aquele em que os dois não são primos de até segundo grau, não têm histórico de doença genética na família e a gravidez acontece antes dos 35 anos de idade. Os especialistas dizem que, embora ninguém esteja livre de ter um filho com problemas, monitorar uma possibilidade que atinge um em 600 nascimentos não exige uma bateria extensa de exames.
ATENÇÃO!
O sossego do bebê no útero não deve ser interrompido só porque os pais querem encomendar um exame que diminua a ansiedade do casal.
A mulher desse casal saudável precisa submeter-se a dez avaliações. São quatro ultra-sons, três exames de sangue e três de urina. Com base nos resultados, o médico poderá observar o desenvolvimento do feto e compará-lo aos padrões esperados para aquela fase da gestação. Exames adicionais, como biópsia de vilocorial, amniocentese e cordocentese, que implicam invasão do útero com uma agulha, só deverão ser requeridos se os indicadores estiverem fora de padrão.
Difícil é fazer os pais acreditarem nisso. "A grande doença a que estão sujeitos os pais é a SMA, iniciais de síndrome da mãe angustiada", brinca o pediatra paulista Pedro Paulo do Amaral Corrêa, especializado em partos de risco.
A ciência anuncia a todo instante o aparecimento de um exame capaz de mostrar com maior definição os contornos da criança no útero. O mais recente é o ultra-som 4D, que se assemelha a uma fotografia. Para os pais, é muito mais atraente ver o rostinho do bebê na tela dessa moderna máquina do que nos modelos do passado, que exibiam apenas borrões. Há também novos exames para aferir com maior acurácia algum mal que antes era mostrado de forma um pouco menos precisa. São
contribuições fabulosas e que servem como ferramentas auxiliares do trabalho dos médicos. Aos pais um pouco mais ansiosos que querem exames para tudo, o doutor Amaral Corrêa recomenda: "Caprichem na hora de escolher o profissional que vai acompanhar a gestação. Em seguida, tentem relaxar e aproveitar os momentos inesquecíveis proporcionados pela gravidez".
Amigas do Parto divulga informações sobre vantagens do parto normal
De acordo com o Ministério da Saúde, em 2002, a taxa de cesáreas no Brasil ficou em 25,2%. São Paulo e Mato Grosso do Sul são os estados onde o índice é maior: 32,2%; e Amapá, onde é menor: 14,8%. Em alguns hospitais particulares, a taxa chega a 80%, quando o valor recomendado pela a Organização Mundial da Saúde é de apenas 15%.
Foi pensando em diminuir esses índices que, há dois anos, a psicanalista Adriana Nogueira, as psicólogas Andrea Prado e Angelina Pita e a bióloga e fotógrafa Ana Cristina Duarte resolveram se reunir e criar o Amigas do Parto, um site que divulga informações sobre a importância e vantagens do parto normal.
As quatro vinham de experiências diferentes de parto e três delas estavam insatisfeitas com a obstetrícia brasileira. Por isso, resolveram criar um site "para leigas, mas com informações científicas comprovadas", afirma Andrea.
De acordo com a psicóloga, costuma-se dizer que as mulheres brasileiras preferem a cesárea ao parto normal. Mas isso não é verdade. Na prática, elas estão mal informadas. Andrea considera que isso acontece porque "o obstetra, até por uma falha em sua formação, considera a cesárea mais rápida e conveniente. Mas já se sabe que, para a saúde da mãe e do bebê, o parto normal é o mais indicado".
A intenção das quatro amigas é que o site se torne um ponto de encontro entre pessoas interessadas no assunto. Para isso, oferece, além de informações, serviços como palestras sobre gravidez, encontros temáticos para gestantes, cursos multidisciplinares, além da indicação de profissionais e hospitais que incentivam o parto normal. Doulas - mulheres voluntárias ou profissionais, que acompanham a parturiente antes, durante e após o parto - também são indicadas.
No futuro, elas querem transformar a "Amigas do Parto" em uma organização não-governamental que represente as mulheres, juntando forças políticas para que possam determinar o tipo de assistência que e sejam na hora do parto.
Parto Natural. Sim ou Não?
fonte: http://arvoredobem.ig.com.br/materias/21/0701-0800/771/771_01.html
O parto natural
Abdicar da assistência dos hospitais e escolher ter um bebê em casa, longe das salas de parto e sem anestesia, pode parecer loucura, mas muitas mulheres estão optando pelo parto natural. Aqui você compreende as razões de quem é a favor e de quem é contra.
Por que tantas mulheres estão optando pelo parto natural?
Entre as razões, talvez a sensação de assumir o controle de um momento tão especial seja a mais importante. Da posição de cócoras, à moda dos índios; na água ou apenas no aconchego do seu próprio quarto, este tipo de parto transfere para cada mulher a decisão de escolher a melhor posição e a melhor maneira de ter o seu bebê.
O objetivo?
Tornar o nascimento de um ser humano o menos traumático possível.
O que é parto natural?
O parto natural é aquele realizado sem o auxílio de anestesias e que dispensa o trabalho ou a intervenção do médico ou da parteira, a menos que seja necessário. No parto natural, a mãe ajuda seu filho a nascer, os dois se esforçam juntos e ela o segura logo que ele consegue sair de seu ventre.
Pode ser feito em casa ou no hospital. Em casa, até mesmo a assistência do médico obstetra é dispensada e o trabalho de parto é conduzido por parteiras ou enfermeiras obstetras. Nos hospitais, o obstetra ainda tem que estar presente.
A opinião de quem fez
Andréa Almeida Prado, psicóloga e co-fundadora do Grupo Amigas do Parto, teve seu segundo filho de parto natural, "eu optei pelo parto natural, com uma enfermeira obstetra porque a experiência que eu tive anteriormente no parto normal no hospital foi ruim", conta Andréa.
"Eles fazem intervenções desnecessárias, como soro para acelerar as contrações, uso de anestesia, uma série de procedimentos que acabam dificultando o parto. Eu não gostei. Em casa me senti mais segura, meu marido esteve presente o tempo todo, foi uma experiência maravilhosa".
Andréa teve sua gestação toda acompanhada por uma enfermeira obstetra, que também fez seu pré-natal. O médico ficou na retaguarda, caso fosse necessário encaminhá-la para o hospital.
A opinião dos médicos: a favor "A assistência médica durante a gravidez é indispensável nos casos de parto natural, para detectar desde o começo qualquer anomalia e evitar que um problema na gravidez acabe tornando o parto perigoso", orienta o obstetra e professor da Universidade Federal de São Paulo dr. Jorge Khun.
Nesse contexto, o estado emocional dessa mãe também é levado em conta. O doutor Khun é favorável à idéia do parto natural e não vê nenhum risco neste procedimento, se durante o pré-natal tudo estiver correto. "O parto natural é um evento social e familiar, não pode ser um evento médico, a mãe é o principal, é o foco", afirma. "Mas é importante ter um hospital próximo, no caso de uma eventualidade", adverte o médico.
O outro lado
Embora reconheçam as vantagens do ponto de vista emocional e psíquico do parto natural, muitos médicos não escondem o receio dos riscos que este procedimento envolve: "...apesar das vantagens do parto natural, em 15 a 20% dos partos há necessidade de intervenções diagnósticas e terapêuticas, cirúrgicas ou clínicas" afirma José Aristodemo Pinotti, professor titular e chefe do departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina da USP.
Entre o sim e o não, a atitude mais prudente é sempre muita conversa e buscar o máximo possível de informações a respeito. Veja abaixo alguns links que podem ajudar você a decidir.
No site das Amigas do Parto, opiniões, dicas e informações sobre parto.
Para entender melhor a opinião do doutor José Aristodemo Pinotti, leia o artigo dele sobre as Casas de Parto
Leia mais sobre este assunto
Aqui você conhece o trabalho do grupo de atendimento alternativo ao parto da Unicamp, Universidade de Campinas, em São Paulo
Para quem quer ficar longe das salas de parto dos hospitais, mas tem receio de ter seu bebê em casa, uma solução, ainda em fase de pioneirismo, mas que pode trazer bons resultados no futuro são as Casas de Parto. As Casas foram parte de uma experiência pioneira entre as populações carentes do Ceará, trazida para São Paulo, por iniciativa do Projeto Qualis (Qualidade de Vida em Saúde) da Secretaria da Saúde do Estado. A primeira casa, fundada em Sapopemba, foi construída com o apoio do Instituto do Coração e da Fundação Zerbini. Para lá são encaminhadas gestantes do PSF/Qualis em condições clínicas de realizar o parto de forma normal, assistido pelas parteiras e sempre acompanhadas por um familiar que a própria gestante escolhe durante o pré-natal.
A equipe da casa é composta por enfermeira obstétrica ou parteira, que é a diretora técnica responsável, além de auxiliar de enfermagem, auxiliar de serviços gerais e motorista. Não há médicos no estabelecimento, mas existem obstetras e pediatras, designados pelo PSF para participar do treinamento específico da equipe da Casa de Parto para as situações de risco e de emergência. A capacitação das parteiras deve ser realizada através de aulas teóricas e práticas.
Se você quiser mais informações sobre este trabalho, visite o site de especialistas afiliados à Enfermagem do Hospital Virtual Brasileiro.
E conheça o trabalho da Qualis
Socorro A. : Estou conseguindo amamentar normalmente!
Recentemente, a Socorro, que teve a Beatriz no dia 7 de maio deste ano, nos informou do sucesso com a amamentação, depois de muito sufoco. Ela tem amamentado sob livre demanda, e passando o próprio leite, banho de sol, e mamão no seio, para facilitar a cicatrização entre as mamadas.
Ainda disse que o peito "xeringou" leite - expressão nordestina pra indicar que o peito esguichou leite :-)
stamos muito felizes pro ela!
Bicos de Silicone: Prós e Contras
EU SOU CONTRA O BICO DE SILICONE
O bico de silicone para Ingrid só serviu de uma coisa: evitar que o filho dela demorasse 25 minutos pra pegar o peito. Ah! E no bico de silicone ela VIA o leite saindo.
Isso diminuiu um pouco a sensação que ela tinha de "pouco leite".
No mais:
- O esfolado do peito doía do mesmo jeito, com ou sem bico.
- Era doloroso o processo, o mamilo entrava todo naquele "cone" do bico de silicone. Como na bomba manual.
- A pega que o bebê vai fazer no bico de silicone (tipo um cone) é diferente da pega do peito.
- A pele do peito não se torna mais resistente se usar o bico de silicone.
- O silicone não aderia legal no meu peito.
- O bebê mamava no silicone e não no peito. Não é a mesma coisa, né!? Eu queria pele com pele, e não com um plástico em volta.É que nem chupar bala com papel e transar de camisinha.
Ela só usou o bico de silicone por 2 dias. Ela tinha procurado pq estava com o peito todo esfolado, e pensei que com o bico a dor fosse menor, porém a dor pra ela permaneceu na mesma.
E sobre o bico do peito, em pouco tempo o bebê já estava fazendo a pega legal. E quando faz a pega legal, é impressionante, quando ele larga o peito, fica aquele bicão, cê nem acredita que você tem tudo aquilo de bico :))
Ela usou um milhão de artirfícios. Bico de silicone, pomada, ordenhadeira elétrica, bomba manual, etc... mas no fundo o que adiantou mesmo foi usar o leite do peito, o sol, o mamão, e ele mamando... Mas tem que ser disciplinado.
Não esquecer de a cada mamada tratar o bico para a próxima mamada doer menos. Até que começa a doer só beliscadinhas e depois, do dia pra noite, pára de doer completamente...
EU SOU A FAVOR DO BICO DE SILICONE
Para Diana foi justamente o contrário. O bico de silicone foi a salvação. Quando a filha Julia mamava, ela chorava de dor, era horrível. Com o bico a dor sumiu. Ela usou o bico por 3 semanas, até o seio cicatrizar. Depois de cicatrizado, ela acho que a pele já estava mais resistente e não sentiu mais dor alguma.
Como ela já disse, não sentia dor nenhuma usando o bico. Já com a bomba manual... Saiu até sangue do peito uma mês de tanto puxar com a bomba e quase não sair nada. A pega da Julia no bico não parecia muito diferente não, mas com certeza a sensação pra ela deveria ser bem diferente. A pele realmente não se torna mais resistente, mas deixa a pele ferida descansar, e, pelo menos pra ela, depois das três semanas tirou o bico e não sentiu mais dor nenhuma.
A pele havia cicatrizado e estava mais resistente (não por causa do bico, mas sim porque havia ficado muito ferida, cicatrizado e se tornado mais resistente). O silicone aderia muito bem no peito dela.
Ela acha que a experiência do bico de silicone deve variar muito de pessoa para pessoa, mas pra ela foi essencial para o sucesso da amamentação. Antes de usar o bico, ela havia chegado ao ponto de, inconscientemente, ficar enrolando um pouco para dar o peito toda a vez que a Julia tinha fome. E, quando ela percebeu isso, quis morrer. Ela Lembra da primeira mamada com o bico e de ter pensando que era a maior invenção da face da Terra e do porquê dela não ter ficado sabendo daquilo antes. Usou o bico pela primeira vez quando a Julia tinha 9 dias. Ela já estava com os dois peitos feridos e com mastite em ambos, por conta das feridas.
sábado, 17 de maio de 2003
Dificuldades para amamentar: tenho pouco leite?
A Socorro A. diz estar quase desistindo de amamentar a Bia.
Quando a consultora de amamentanção foi em sua casa, tudo correu normalmente. Ela tinha muito leite, conseguia ordenhar 60ml e conseguiu amamentar. Mas quando está sozinha, não tem conseguido. Chegou a pensar que tinha pouco leite e anda complementando com NAN, infelizmente.
As AMIGAS mandaram carinhos, forças, pensamentos posivitos, etc...
Mas todas, disseram para que ela tenha calma, insista e não desista de maneira nenhuma.
A Socorro M. falou que quando a consultora está lá, tudo corre bem, pq nesse momento ela fica relaxada, e ela acredita que vai conseguir. A consultora tem trazido calma, segurança e confiança. Isso é fundamental para o sucesso da amamentação. O leite não sumiu de lá. A falta de autoconfiança é que tem prejudicado a amamentação. Socorro M. diz pra ela aceitar ajuda e acreditar em si mesma. Os bebês choram por inúmeros motivos, fome é só um deles. E o estresse da mãe passa para o bebê.
A Ingrid pergunta onde está todo aquele empoderamento que ela tinha durante o parto. Socorro A. teve um parto natural e trocou de médico três vezes até encontrar um que atendesse suas necessidades. Lutou por um parto normal, e o que é melhor, natural. Não tomou anestesia e nem se submeteu à episiotomia.
Ela diz pra agir agora com a mesma persistência, força e coragem de antes. Agora a vida mudou completamente, e o início é mesmo um desafio. Ingrid quase desmamou seu filho no início, e só quando resolveu lutar por isso, conseguiu amamentar.
Tatiana diz: "eu imagino o que vc esteja passando pois já passei exatamente pelo mesmo obstáculo. Mas em momento algum cogitei a hipótese ter ter pouco leite e nunca pensei em desistir. Sim, eu amamentei chorando por muitas vezes, sim eu liguei pedindo ajuda para bancos de leite, pediatras e enfermeiras.
Fiquei no chuveiro morno por muitas vezes, chorando e penteando o peito, ordenhando, espremendo, me entendendo com este peito que antes eu conhecia e que de repente tinha mudado de função, ou melhor, tinha assumido as suas origens e eu ainda não estava entendendo todo o processo. Saiu sangue, saiu pele mas junto saiu determinação e força de vontade ....ah ...... e leite, muito leite".
sexta-feira, 16 de maio de 2003
Preparação dos seios
A Patrícia teve dúvidas qto a preparação dos seios durante a gravidez. A Socorro M respondeu:
"É simples:
- Passar hidratante ou óleo, esperar um pouco a pele "beber" e vestir a roupa. Se melecar com o que encosta na roupa, não tem importância, passa menos da próxima vez. É que hidratante no mamilo amaciam uma região que a gente quer deixar mais áspera.
- Os mamilos mudam. Vão escurecer! Deixe-os em paz! quer descasquem, escureçam, clareiem, não passe NADA.
- Sabonete pode na hora do banho né! Não vai deixar a mama suja... é que antigamente se recomendava lavar o seio com sabão ou sabonete A CADA MAMADA (na época do desmame em massa). Os médicos queriam apitar no que não tinham conhecimento e só pioravam a situação. Então lavar pode, mas não antes de cada mamada...ou depois. Só na hora do banho(o que depois que o neném nasce é um por dia e olhe lá)"
Rachaduras nos seios causadas pela amamentação
- A casca do mamão verde colocada sobre o seio é um ótimo cicatrizante.
quinta-feira, 15 de maio de 2003
Dúvida: contagem de semanas
Surgiu a dúvida sobre como fazer a contagem das semanas: pela data da última menstruação ou pelo exame de ultrassonografia?
Em geral, utiliza-se a data da última menstruação como referência. Os exames, no entanto, medem pelo tamanho do feto dentro do útero, o que pode causar erro de cálculo, principalmente depois de 20 semanas porque cada bebê se desenvolve de uma forma diferente e carrega características genéticas diferentes também.
Como é difícil ser mãe
Mensagem da Adriana T. Nogueira
"Se colocar contra a parede não é fácil. Você vence sua covardia, exatamente jogando os holofotes em cima dela. É difícil sim, ser mãe. Estar à disposição de outro ser humano, assim... sem 'nada de volta', de graça. É isso aí.
Você está cumprindo uma passagem: não será como aquela passagem estreita pelo canal de parto que desemboca na Maternidade?
Não tenhamos medo de apontar o dedo contra nós mesmas, porque assim que as luzes se acendem, também imediatamente entre em cena o amor. Amor custa. É um esforço. Você se descreveu em mecanismos que parecem mesmo de fuga. Você se enxergou e pode mudar o rumo da coisa. A coragem está em se enxergar e se denunciar. O que inspira um profundo respeito.
O problema não é só a coisa de ficar desleixada, não cuidada: é o esforço, a dura labuta de cuidar de um ser humano que depende inteiramente da gente, dia e noite, noite e dia. Pelo qual somos responsáveis sem meio termos. Responsáveis de vida e de morte! É um desafio ao nosso ego, à nossa identidade, às nossas idealizações da maternidade. À nossa racionalidade e ao mesmo tempo um apuramento da intuição, do 'sentido materno'. Têm coisas que você vai ter que resolver no bem ou no mal. E vai ter que confiar no teu taco."
Parto: uma escolha natural
Fonte: Guia Daqui Perdizes Pompéia
Dar à luz um filho nos dias de hoje é uma tarefa heróica. Será que a maioria das mulheres está preparada? Preocupada com a falta de informação e o aumento do número de cesáreas nos últimos anos, a bióloga e educadora perinatal, Ana Cristina Duarte, criou um curso para gestantes onde são abordados temas como os tipos de partos, as vantagens e desvantagens de cada um, o que a mulher precisa saber para ter uma gestação tranqüila e quais os cuidados com o bebê.
Para Ana Cristina, a mulher deve tomar posse do seu parto, um processo natural da vida. É preciso lembrar que hoje em dia o parto se tornou um assunto exclusivamente médico-hospitalar. A mulher quase não é ouvida na hora de escolher entre o parto normal e a cesárea. As explicações sobre o que vai acontecer são reticentes, diz.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), nos hospitais privados brasileiros as taxas de cesariana chagam a 90% enquanto a taxa recomendada é de 15%. Além disso, as taxas de mortalidade materna e infantil no Brasil estão entre as maiores do mundo. Ana Cristina, no site www.amigasdoparto.com.br, escreve que o parto deveria ser um evento médico somente nas situações de risco, quando a técnica e a intervenção se tornam necessárias.
A experiência de ser mãe é profundamente transformadora. É hora da mulher questionar a cultura atual, que considera a gestação, o parto, a amamentação e a maternagem como pequenos complementos para a mulher moderna. Confira entrevista.
Por que educar as mulheres para o parto?
Na cultura brasileira, acredita-se que quem prepara a mulher para o parto é o médico obstetra. Na verdade, o obstetra é um técnico que atende partos. Preferencialmente, ele não deveria fazer nada, só intervir no caso de algum problema. Mulheres de classe média têm 75% de chances de fazer uma cesárea e 25% de fazer parto normal. Não se faz mais parto normal porque é demorado. Entre ficar 12h no hospital fazendo um parto normal e 45 minutos fazendo uma cesárea, é mais prático fazer a cesárea. Tenho dois papéis diferentes: conscientizar sobre o que está acontecendo no Brasil e explicar quais as vantagens do parto normal, como é o processo, se é demorado ou rápido, a dor, o que é a anestesia, o que é cesárea, como é o pós-parto, quais os cuidados com o bebê, banho, limpeza do umbigo, fraldas, alergia, tudo isso.
O curso é ministrado em maternidades?
Não, são grupos particulares. Atendo em Moema e vou começar a atender em Perdizes.
Quantas pessoas participam?
Em média cinco casais. São grupos pequenos porque as pessoas acabam se envolvendo e é importante criar um ambiente onde possam trocar dicas, fazer exercícios... Antigamente isso acontecia mais. As famílias eram maiores, havia duas ou mais mulheres grávidas na mesma família. Hoje, temos um núcleo familiar super pequeno e urbano; é difícil as mulheres terem contato com outras mulheres na mesma situação.
O aumento do número de cesáreas seria por que as mulheres têm medo da dor no parto normal?
Foi feita uma pesquisa nas grandes capitais que mostrou que 80% das mulheres preferem o parto normal, mas na hora fazem cesárea porque o médico induziu. Algumas querem mesmo cesárea porque têm medo da dor, uma bobagem porque hoje em dia tem anestesia e, além disso, ela não vai sofrer no pós-parto.
Anestesia no parto normal?
É uma anestesia leve para amenizar a dor no ventre e nas pernas, mas a movimentação continua. A mulher pode se sentar, mudar de posição, fazer força... É melhor do que uma cesárea, que é uma cirurgia e oferece riscos maiores. O Ministério da Saúde aponta que o risco de mortalidade da mulher é quatro vezes maior na cesárea. E para o bebê o risco é dez vezes maior. As UTIs estão cheias de bebês de cesárea porque eles nascem com desconforto respiratório, por exemplo.
Quais as desvantagens de uma cesárea, além de ser uma cirurgia?
Depois de ver filmes em que mostram os bebês sendo tirado de uma cesárea e nascendo de parto normal, vi que não tem comparação! A cesárea é violenta. É como se o bebê fosse arrancado de dentro da mãe. Por ser uma cirurgia, têm que ser rápida. O bebê é puxado pela cabeça, dá um tranco de um lado, puxa de outro e tira o bebê. Corta o cordão umbilical, quer dizer, não dá tempo do pulmão dele se adaptar à respiração e o suprimento de ar é cortado imediatamente. Ele é levado para uma sala ou para um berço no canto da sala de cirurgia; colocam cânulas no nariz dele para aspirar o líquido amniótico que está na traquéia, ou seja, é tudo muito violento e doloroso para o bebê.
No parto normal as contrações vão preparando o bebê, massageiam o corpo todo acordando os reflexos. Quando ele passa pelo canal vaginal, é todo apertadinho, o líquido é esgotado do pulmão dele pela pressão e, quando a cabeça sai, vemos sair junto o líquido amniótico. O bebê sai com o pulmão livre para poder respirar. Não é preciso cortar rapidamente o cordão, pode esperar parar de pulsar. É o que chamamos de parto humanizado, um outro conceito de nascimento, mais calmo, suave, e tudo isso é possível também com anestesia. A anestesia pode trazer algumas complicações e interromper o trabalho de parto, mas há uma chance muito menor de acontecer do que as problemas causados em uma cesárea. É preciso pesar pós e contras, a mulher tem que saber a verdade. De fato a cesárea é segura, a chance de morrer é cada vez menor. Mas continua sendo uma cirurgia. E é engraçado como as mulheres marcam a cesárea, fazem tranqüilamente, mas adiam uma cirurgia de hérnia durante dez anos com medo de serem operadas! Isso é totalmente cultural. Não é que a mulher não possa escolher uma cesárea, ela tem o direito de escolher. Assim como acho que é um direito da mulher escolher o aborto. Se eu faria o aborto? Provavelmente não. Mas escolher é um direito. E a mulher tem o direito de escolher entre o parto normal e a cesárea.
Você é bióloga, como começou a trabalhar com gestantes?
Tive dois filhos. A Júlia, que está com 5 anos, nasceu de uma cesárea totalmente desnecessária, o que para mim foi muito chocante pois fui induzida pelo médico; e o Henrique, que nasceu dois anos depois, de parto normal. Procurei muito por um médico que aceitasse fazer parto normal depois de uma cesárea, mesmo com todas as indicações de que é melhor. Isso mudou totalmente a minha vida. Parir meu filho foi uma experiência muito boa. Foi com anestesia, por uma série de razões, e hoje eu faria sem. Terminou o parto, eu descansei uma hora e levantei. Na cesárea, meu Deus do céu! Não tem comparação! O tempo de recuperação, a depressão pós-parto, a sensação de inadequação, de chegar em casa com um bebê e teoricamente ser mãe, ter que cuidar dele, da casa, do marido, tudo isso estando operada!
Ninguém te fala que você sofreu uma cirurgia, que tem que ficar em recuperação! Todo mundo fala ¿parabéns, mamãe, que legal!. Para a maioria das mulheres é uma sensação de que não vai dar certo! Já o parto normal, por mais que venha aquela tristeza típica do pós-parto, a mulher fisicamente consegue fazer as coisas.
Então, você começou a formar os grupos?
Com outras mães, criamos o site www.amigasdoparto.com.br, sem fins lucrativos, com informações sobre parto, o que está acontecendo no Brasil e indicação de profissionais que fazem mais partos normais do que cesáreas. A nossa briga é para diminuir essa taxa abusiva de cesárea e para melhorar o atendimento ao parto normal, que no Brasil em média, é muito ruim. Nos países desenvolvidos, é difícil entenderem que 90% das mulheres de classe média brasileira fazem cesárea. Outro problema é aquele corte [episiotomia] feito na vagina durante o parto normal. Isso não se usa mais! Há uma campanha mundial para não se fazer partos com esse corte porque ele dificulta a recuperação e traz problemas sexuais para a mulher. Além de ser necessário apenas em casos de sofrimento fetal, o que é exceção no parto normal. Quando o bebê é muito grande, acima de quatro quilos, há necessidade de se fazer a episiotomia para preservar a musculatura da mãe.
E se a criança estiver sentada?
Neste caso, só se for preciso usar o fórceps. Mas no Brasil não se faz parto normal de criança sentada, né? É cesárea! Os médicos não sabem mais fazer, a verdade é essa. A nossa luta é por isso.
Temos outro site que é www.doulas.com.br. As doulas acompanham a gestante até o parto, dão apoio físico e emocional. Na hora do parto ajudamos na respiração, fazemos massagem, incentivamos a ficar mais tempo em casa e não ir tão cedo para a maternidade, porque assim a chance de fazer uma cesárea é maior.
Como é feito o parto de cócoras ou na água?
O parto de cócoras parte do princípio de que a mulher está ativa durante o trabalho de parto. Ela abaixa, levanta, deita, fica de quatro, vai para o chuveiro... A mulher se mexe de acordo com o que acha melhor! Quando chega o período impulsivo, que dura de 15 a 40 minutos em média, é que ela fica de cócoras. E só durante a contração, que dura um minuto. Depois, tem dois ou três minutos de intervalo. Ou seja, a mulher vai agachar cinco ou seis vezes, coisa que podemos fazer a qualquer hora, simulando um parto de cócoras sem que prejudique o períneo, as pernas e a musculatura. Se perguntar a qualquer médico se ele faz parto de cócoras, vai dizer que não somos mais índios! E sim mulheres urbanas, que não trabalham a musculatura. É a primeira desculpa. Mas se a mulher disser que faz yoga, que está acostumada a acocorar, ele vai dizer que nos hospitais não há mais a cadeira para o parto de cócoras. Já o parto na água é super legal, mas os médicos morrem de medo do bebê se afogar!! Isso é meio xarope porque se o bebê estava num ambiente líquido como é que ele vai se afogar? Há crenças absurdas! A água diminui a dor, assim como o calor. Temos uma ligação forte com a água. A mulher fica na banheira e a sensação de dor diminui. O bebê fica menos pesado, a barriga mais leve sobre o colo do útero, o que diminui a pressão. O períneo, essa parte entre a vagina e o ânus, onde cortam durante o parto, fica mais maleável por causa do calor. É um parto geralmente com menos sangue e o bebê nasce no mesmo ambiente em que estava antes. A água tem que estar a 37 graus, a luz baixa e é a mãe que pega a criança e põe no colo.
Essa cadeira é especial?
Não tem nada demais!! É uma cadeira que fica um pouco mais levantada e em várias suítes de parto a mesa é adaptada de modo que a mulher fica quase sentada. Não tem nenhuma dificuldade, mas os médicos não sabem usar. E dá medo...
É preciso confiar no médico?
Sim, e a mulher não pode esquecer que o parto é dela. Não pode entregar nas mãos do médico, é muita responsabilidade e não é justo com ele também. Antes de tudo, a mulher tem que estar informada e buscar as respostas para as questões psicológicas, sociais, afetivas, espirituais e dizer o que quer! Os próprios médicos dizem que é bom lidar com uma mulher que sabe o que quer. Alimentação e exercícios não podem ser resolvidos pelo médico. É preciso elaborar um plano de parto, mostrar que a mulher pode sim se apoderar do seu parto. Sabe o que o médico faz muito bem? Quando a pressão subir, ele saberá o que fazer! Se a mulher desenvolver um diabetes gestacional, eclampsia, ele provavelmente vai saber lidar. Mas enquanto é uma gestação normal, de baixo risco, a mulher pode tanto quanto o médico, não há nada para ser feito, apenas um bom pré-natal que é medir a barriga, a pressão, o peso e ouvir os batimentos cardíacos do bebê. E muita conversa. Só que gente inverteu. Fazemos exames de sangue, morfológico, amniocentese... Mas o médico não toca a gestante e não conversa. Ela chega aos oito meses de gestação perguntando pelo parto e ele diz que está cedo para falar disso, que não dá para saber se será normal ou cesárea. Não é assim! Se a mulher tem uma gravidez sadia, a chance de um parto normal devia ser de 90%.
A mulher com mais de 30 anos pode ter um parto normal?
Se ela conseguiu engravidar, venceu a primeira etapa. Se nenhum problema ocorrer durante a gestação, quer dizer que a mulher está com o corpo apto para parir. Na Holanda, a chance de fazer uma cesárea até os 30 anos é de 6%. Após os 30, é de 8%. A mulher continua tendo chances de fazer um parto normal! O risco da cesárea não é só no momento da cirurgia. Numa gestação seguinte ela pode causar problemas como aderência intra-uterina, rompimento de cicatriz, etc. Os prognósticos de uma mulher que teve parto normal são bem melhores do que de uma que nunca teve porque a bacia já foi testada, a dilatação ocorre mais rapidamente, o colo do útero está mais maleável... Se teve uma cesárea, é totalmente o contrário. E os médicos falam que depois de uma cesárea não se pode fazer parto normal e cortam outro lugar do útero, aumentando mais ainda o risco para a mulher. Até que uma mulher com três ou quatro cesáreas morre na mesa de operação com uma aderência da placenta que penetra na musculatura do útero, causando uma hemorragia. E morre de cesárea. Há que se pensar quando se faz a primeira cesárea. Todo o futuro obstétrico da mulher tem que ser levado em conta e estamos negligenciando isso! Se você entrevistar o diretor de qualquer maternidade de São Paulo e perguntar se aumentou o índice de placenta prévia e placenta aprévia, que são dois problemas muito sérios de gravidez, eles irão dizer que aumentou. Quanto? Dobrou nos últimos anos. E por que? Por causa do abuso da cesárea. Qualquer médico pode confirmar isso. Só que entre o ¿cara¿ perder o jantar, a novela, a lição de casa com os filhos e o cinema com a mulher, e fazer uma cesárea, ele faz a cesárea e vai para casa. O modelo todo está alterado. Exigir de um médico que tem família, dá aulas, presta consultoria, que faz congresso, que ele fique de plantão para fazer um parto que, às vezes, leva até doze horas, não dá certo!
Poucos médicos fazem parto normal?
Há o médico que faz parto normal, prefere e só faz cesárea com uma indicação muito clara, porque sabe que os riscos futuros são comprometedores. Dos partos que faz, 20% são cesáreas. Há poucos médicos desses aqui em São Paulo. Outros fazem parto normal, dizem que preferem parto normal, mas acabam operando para não correr riscos. Este faz 50% de cesáreas. E tem aquele médico que acha que o parto normal é melhor, mas só faz cesárea porque as pacientes pedem ou porque pode acontecer algum problema. Esse médico não vai dizer que é porque ele quer fazer cesárea e eles são maioria.
O parto domiciliar ainda é recomendável?
É, mas o parto domiciliar não é um parto improvisado, tem que ser muito bem planejado. O médico que acompanha leva oxigênio, material de entubação para o bebê, agulhas, bisturis... Só que acaba não usando nada. Como a mulher está na casa dela, não podem ser feitas várias intervenções. Não se pode usar soro, fazer manobras como empurrar a barriga ou usar fórceps. Ou o parto é natural e tranqüilo, ou a mulher deve ser removida para o hospital antes de complicar. Por isso o parto tem que ser planejado; é totalmente diferente de estar em casa, sentir a contração e o bebê nascer. Sendo no hospital ou em casa, o ideal é que mulher fique a maior parte do trabalho de parto em casa. Se ela vai ou não para o hospital quando estiver com dilatação, é uma decisão que vai tomar antes e se preparar isso. Se for ficar em casa, tem que ter todo equipamento a disposição dela e um hospital relativamente perto para uma emergência. Nunca ouvi falar de problemas de parto em casa. Essa é a maior demonstração do poder da mulher. Ela assume o parto, o que quer fazer, quem manda é ela! Por estar em casa não precisa pedir licença para ir ao banheiro, para levantar ou mudar de posição e isso faz o parto ser mais rápido e menos doloroso porque a mulher não está com medo, nem insegura, não está se sentindo ameaçada, num lugar estranho e com pessoas estranhas. É preciso deixar claro que o parto normal não é sofrido como vemos na televisão.
Preparação para o parto.
Curso na Escola Gimbernau.
Rua Caetés, 577, Perdizes.
Telefones 3873-9858 ou 9806-7090.
www.amigasdoparto.com.br / www.doulas.com.br
quarta-feira, 14 de maio de 2003
Como retirar o leite manualmente
fonte:http://www.teleconsulta.com.br/amamentacao/amamentacao.htm
1) É importante que a mãe sinta-se segura e confiante. Procure um lugar tranqüilo, onde possa ficar sozinha. (Os locais de trabalho que não possuem creches próximas, devem, no mínimo, ter um lugar especial para a mãe retirar seu leite). Se estiver em casa, deve aquecer as mamas com compressas ou tome um banho quente;
2) Lavar as mãos cuidadosamente com água e sabão, e escovar as unhas. Massagear delicadamente as mamas na direção dos mamilos;
3) Escolher um depósito de boca larga, lavar previamente com água e sabão e colocá-lo em água fervente (a tampa também), por dez minutos. Procurar uma posição confortável e segurar a vasilha próximo à mama;
4) Colocar o polegar na aréola acima do mamilo e o indicador por baixo do mamilo, em oposição ao polegar. Pressionar o polegar e o indicador um pouco para dentro contra a parede do tórax, tal como na figura abaixo.
5) Em seguida, pressionar a aréola atrás do mamilo, entre o polegar e o indicador. É preciso apertar por trás do mamilo, para pressionar os seios lactíferos abaixo da aréola, como nessa figura:
6) Pressionar e soltar, pressionar e soltar. Isto não deve doer - se doer, a técnica está errada. No começo, é possível que o leite não "desça", mas, depois de pressionar algumas vezes, o leite começa a pingar. Pode sair em jatos se o reflexo da ejeção for ativo. Jogue fora do frasco as primeiras gotas;
7) Pressionar a aréola da mesma forma também nas LATERAIS para que o leite seja retirado de todos os segmentos da mama, segundo esta figura:
8) Não passar os dedos sobre a pele. Não espremer apenas o mamilo. Retirar o leite de uma mama, pelo menos durante 3-5 minutos até que a "descida" diminua; a seguir retirar do outro lado. Repetir nos dois lados novamente.
9) A retirada adequada do leite demora aproximadamente 20-30 minutos, especialmente nos primeiros dias quando à produção é pequena;
10) A mãe deve ser incentivada a não desistir. Mesmo que, nas primeiras vezes não consiga mais que alguns milímetros de leite. O segredo é a persistência e a calma.
terça-feira, 13 de maio de 2003
A dor da amamentação
A mais nova mãe da lista, Socorro Acioli, sente dor ao amamentar sua filha. As outras mães da lista dão dicas para ela sobre como aliviar a dor. Ingrid diz que quando o bebê abocanha com a boca mais aberta, dói menos. Além disso, a pele do seio fica mais resistente com o tempo, o que também diminui a dor.
Já a gaúcha Carla teve mais sorte por não sentir dores ao amamentar seu filho. "Durante o período em que estive em licença-maternidade, não senti dor para amamentar, a não ser nas poucas vezes em que fiquei com os mamilos um pouco machucados. Quando voltei a trabalhar, como eu fico horas sem amamentar, meus seios ficam cheios de leite e quando chego em casa e ofereço ao Gabriel Thomas, na hora em que ele pega, dói muito, mas logo passa", relatou Carla.
Os seios da Ana Cristina, de Santa Catarina, também racharam. "No quarto dia saía mais sangue que leite. Passei quinze dias urrando do dor até meu mamilo estar acostumado. Mas passa", diz Ana.
As dicas para aliviar a dor: polpa de mamão após a mamada (porém não pode manter por muito tempo e deve-se trocar a cada mamada) e banho de sol, ou exposição à luz infra-vermelha disponível em alguns bancos de sangue
Amamentação contra Bronquite
Estivemos conversando se a incidência de bronquite era mesmo maior em bebês não amamentados. A Socorro M. diz que o filho dela quase não fica doente e ela atribui isso ao fato dele ter sido bem amamentado.
Tem uma pesquisa no site www.aleitamento.org.br que fala que amamentar reduz os riscos da criança ter doenças respiratórias em até três vezes.
Existem outros estudos que apontam uma associação entre amamentar e a queda na incidência de algumas doenças... inclusive esclerose múltipla. Segundo ela, em caso de uma propensão alérgica muito forte, não tem leite materno que impeça a criança de ter bronquite, principalmente se ela toma leite de vaca também e se for alérgica ao leite.
Mas que dá um reforço muito bom à criança ah isso dá!
A bolsa estourou!
A Raquel deu uma contribuição sobre bolsa rota, quanto tempo deve se pode esperar para se ter o parto, se a bolsa estourou:
Depois de um ano ouvindo uma série de histórias com relação à bolsa rota o que eu aprendi foi:
- Bolsa rota sozinha não é indicação de cirurgia;
- A implicação possível de uma bolsa rota é que, após contato com germes e bactérias, comece uma infecção;
- Como evitar a infecção? Evitando exames de toques após o
rompimento da bolsa; - Qual é o tempo ideal de espera? Não há tempo ideal, se a mãe estiver bem e sem febre e o bebê legal também. No Brasil é costume falar em 4 horas, no exterior esperar 12 horas é muito normal. Mas ainda assim não é necessário operar após essas 12 horas se o estado clínico da mãe e do bebê estiverem ok;
- Não lembro se a falta de líquido amniotico pode trazer
complicações ao bebê. Mas se algo estiver errado é possível captar através dos batimentos cardíacos; - E se der febre (indício de infecção)? Isso, a princípio, também não impede o parto vaginal desde que esteja sob controle. O parto domiciliar (se for o caso) é suspenso, vão todos para o hospital e a gestante recebe antibióticos. Acredito até que neste caso uma cesárea seria até pior...
Agora ele me morde quando amamento!!
A Carla, tem um filho de 8 meses, que andou dando umas mordidas nela, ao amamentar. Com isso ela não está conseguindo amamentar pois ficou com os seios machucados. Ela também não tem conseguido ordenhar a mama que está cheia de leite.
A Socorro M. sugere expressar que não está gostando quando ele der aquela mordida. Se necessário, não dar o peito, e fazê-lo entender que se morder não vai mamar :-) A Silvia também resolveu isso mostrando que estava aborrecida e não deixando mamar se mordesse.
Socorro M. tb sugeriu dar o peito menos machucado primeiro, pois quando o leite desce, dá uma anestesiada no outro mais machucado.
Dicas para o início da amamentação
01 - Muita calma, no início existe uma adaptação e o tempo de ambos, mãe e bebê, devem ser respeitados.
02 - Jamais dê complemento (leite em pó maternizado tipo NAN, Nestogeno, etc) a não ser em casos muito graves. O complemento não chega nem perto do leite materno, vai matar a fome do bebê e ele não vai querer mamar no peito o colostro, rico em anticorpos, importantíssimo para o bebê. É como uma vacina natural. O colostro é o que sai do seio antes da descida do leite, são algumas gotinhas amareladas que o bebê ingere.
03 - O leite pode demorar de 4 a 7 dias para "descer". Até lá, não há problema o bebê só tomar o colostro. Ele nasce com muitas reservas de gordura e aguenta essa fase.
04 - Normalmente os bebês perdem até 10% do seu peso, após o nascimento, recuperando em até 14 dias em média.
05 - Não existe leite materno fraco.
06 - Procure amamentar num lugar calmo e curta esse momento com o seu filho.
07 - Existem várias posições para amamentar. Sentada, coloque o bebê virado para você, com a barriga encostada na sua, de forma que ele não precise virar a cabeça para mamar. Tenha um apoio para colocar o braço e aparar a cabeça do bebê. Amamentar deitada também é uma boa pedida. Vc deita de lado e o bebê também de lado, um olhando para o outro, e coloca ele pra mamar. Enquanto isso, você pode descansar.
08 - Beba bastante água, quanto mais hidratada a mãe, mais leite produzirá. Crie um hábito de sempre tomar água, suco ou alguma bebida refrescante durante as mamadas.
09 - Procure descansar sempre que possível, para repor as energias. A amamentação queima muitas calorias.
10 - Após a mamada, se o bebê dormir, coloque-o no berço de lado, para evitar que regurgite e se engasgue.
11 - A maioria das mães tem o bico do peito "plano", sem o bico muito avantajado. O bebê é que fará esse bico, ao longo do tempo, durante as mamadas. A mãe pode estimular o bico para que ele fique saliente antes da mamada.
12 - O fato do seio da mãe não encher de leite e nem vazar entre as mamadas NÃO quer dizer que a mãe produza pouco leite.
13 - O fato do bebê querer mamar toda hora também NÃO quer dizer que a mãe produza pouco leite. Observe se o bebê chora mesmo por fome. Geralmente o bebê que ficar no seio para dormir ou para se aconchegar e não é fome. Aos poucos você vai perceber o que significa cada choro.
14 - A maior quantidade de leite que o bebê mama é o que "desce" na hora da mamada e não o que está "armazenado" o seio. Nem todos os seios enchem ou vazam entre as mamadas. Se o seu seio não enche, não vaza, não espirra, não se preocupe. Isso não quer dizer nada. Se ao retirar o leite manualmente ou com a bombinha, você consegue retirar pouco leite, isso também não quer dizer nada. A bombinha só tira o leite que está armazenado na hora.
15 - Evite dar mamadeira ao seu filho. Se for necessário dar o seu próprio leite, dê no copinho descartável. A mamadeira tem um bico muito diferente do bico do seio e o bebê ainda não sabe diferenciar os bicos, ficando confuso e fazendo uma pega errada no seio, podendo machucar e até ocasionar um desmame precoce, pois o leite sai da mamadeira com muito mais facilidade, levando geralmente o bebê a preferir a mamadeira.
16 - Bebê amamentando exclusivamente ao seio, não precisa tomar água e nem chá.
17 - É recomendada a amamentação exclusiva no seio até os 6 meses de idade e até os 2 anos, complementando.
18 - Se o bebê ganha peso, e molha as fraldas de 4 a 6 vezes por dia, não há pq se preocupar. Ele está mamando suficientemente.
19 - Observe bastante a "pega" do bebê. O bebê deve estar com a boca bem aberta, abocanhando a maior parte do seio, quase toda a auréola. A língua do bebê fica em volta do seio em forma de cálice. O bebê não faz barulho durante as mamadas e nem encova as bochechas. Se o bebê não faz uma pega boa, ou mama só o biquinho do peito, sai pouco leite e não estimula a produção, além de provocar rachaduras nos seios.
20 - Quanto mais o bebê mama, mais leite a mãe produz. Quanto menos mamar, menos a mãe produzirá.
21 - Após as mamadas, sempre passe o próprio leite do seio e deixe secar naturalmente. Se possível exponha os seios ao sol. O leite é bactericida e cicatrizante e evitará as famosas rachaduras.
22 - Deixe o bebê mamar o tempo que ele quiser, na hora em que sentir fome. Não estipule regras e nem horários. Deixe que o bebê faça isso. Naturalmente ele entrará no ritmo dele. Adote a livre demanda. A livre demanda não significa que o bebê deve ficar o tempo todo no seio, e sim, que a mãe deve amamentá-lo quando sentir fome. Como no início é difícil de saber se o motivo é fome, as mães em geral oferecem o seio. Os bebês gostam de mamar e normalmente aceitam a hora que for, causando uma falsa impressão de fome. Às vezes seu filho só quer ficar junto de você.
23 - Se o bebê dorme muito ou dorme mamando, estimule ele fazendo cosquinhas nos pés ou massageando as bochechas para que ele volte a mamar.
24 - Evite tomar refrigerante, chocolate e bebidas alcólicas amamentando. Essas substâncias passam para o leite podendo causar cólicas no bebê.
25 - O leite materno, além de ser o melhor alimento, ainda possui anticorpos que protegem o bebê. A composição do leite materno muda a medida que o bebê cresce. A mãe produz o leite próprio para o seu filho.
26 - Ao amamentar, mentalize o leite saindo do seu seio. Isso ajuda bastante!
27 - Confie em você e nos seus peitos ! Tenha auto-estima, determinação e coragem!! Todas as mães, com raras exceções, tem condições de amamentar. Não dê ouvidos aos palpiteiros. Você conhece o seu filho mais do que ninguém.
segunda-feira, 12 de maio de 2003
Fertilidade
Tabelinha Eletrônica
Controle de Fertilidade
Entrevista com Ricardo - REHUNA (Sobre episiotomia)
Revista da Folha (Folha de São Paulo), 11/05/2003
Tiragem: 233.000 exemplares
Sobre os partos do mundo inteiro, na Discovery
A Marília também deu a sua opinião.
Segundo elas, os partos foram bem traumáticos e o com menos intervenções teria sido o da Rússia.
Vale a pena ler as opiniões para saber comos são os partos nos outros países.
sexta-feira, 9 de maio de 2003
Como o papel de mãe está passando para a mídia!?
JOGO DOS TRÊS ERROS PARA QUEM DESEJA AMAMENTAR
1. Meu leite não está sendo suficiente para ele e já entrei com a mamadeira para completar a alimentação.
2. A fizeram perder os 10kg que ganhou na gestação. "Estou feliz porque em um mês atingi meu peso normal, 58kg, e estou usando o guarda-roupa de antes.
Por que prejudica a amamentação: Até se estabelecer uma produção adequada de leite, é importante que a mulher evite um investimento muito grande na perda de peso. E claro que quem engorda pouco, tem um parto normal e amamenta, tem uma tendência Muito grande a voltar ao peso anterior sem fazer NADA mais. E estou falando apenas da idéia mágica alardeada de que "já voltou ao corpo de antes". É a questão dos VALORES. Não que uma mulher se desleixe e vire uma baranga. Mas os valores logo após se dar á luz são OUTROS a gente quer ficar bonita mas não deveria se sentir OBRIGADA e a mensagem passada é clara: Faça sua vida voltar ao que era antes e eu digo: NADA VOLTA AO QUE ERA ANTES. TER UM FILHO É UMA VIAGEM SEM VOLTA! MARAVILHOSA POR SINAL.
3. Voltarei ao trabalho até o fim do mês.
Por que prejudica a amamentação: Amamentação e trabalho são compatíveis, mas é importante que pelo menos nos dois, três primeiros meses, a mulher possa se dedicar mais a sua vidinha de mãe. Não é só pelo afastamento que voltar a trabalhar precocemente pode atrapalhar a amamentação.É pelo estresse, por ter que cumprir horários, pela responibilidade para outra coisa que não o filho.Estou tecendo essas críticas gente, não pra meter o pau na Francely, mas para que podemos pensar em que modelo de mãe que a mídia divulga.
Não que a mulher deva SE ISOLAR do mundo quando um bebê nasce, mas acho que é importante um período de férias das obrigações trabalhistas para estabelecer-se a amamentação.
É uma coisa muito batida aqui na lista. Mas olha qual é o modelo (que eu vejo) que é pregado como IDEAL na sociedade, hoje em dia:
- Ter o primeiro filho o mais tarde possível para ter uma carreira antes, de preferência usar fertilização assistida.(Como a Sylvia Popovic)
- Fazer todos os exames disponíveis ultra 3D é indispensável para ter a "carinha" do bebê no álbum. Todos os exames para vigiar a gravidez, o desenvolvimento do feto.
- Ter parto cesáreo e se for normal (o que para mim em relação a ela já é louvável), totalmente sem dor (o que é raro) nem que para isso tome anestesia.(Vide Xuxa, Carla Perez, Cláuda Raia)
- Voltar ao corpo de ANTES, voltar a vida de ANTES o mais rápido possível! 30 dias no máximo.(nem precisa comentar)
- Amamentar com complementação não tem problema e "deixar" o bebê mamar até ele quiser (aí dando mamadeira ele deixa sozinho cêdo e não precisa passar pelo crescimento da dupla com o desmame).
Mas afinal, qual é o modelo de mãe que cada uma de nós quer/deseja construir? Isso fica para cada uma.
Talvez fosse um bom exercício para essas futuras o recentes mamães, escrever ou falar para si que modelo de mãe deseja para seu filho. É uma reflexão para o dia das mães.
Afinal o que caracteriza a humanização?
Gente,
Estou encantada com a discussão por conta do parto da irmã da Rose.
E vendo, deu pra perceber que vocês notaram que a humanização do parto não está em fazer ou não parto normal, fazer ou não intervenções, fazer ou não cesárea.
Ricardo, agora vou repetir uma coisa que você vive escrevendo: O cerne da questão do parto humanizado está no PROTAGONISMO DA MULHER, o resto é sofisticação da tutela!
É claro que algumas situações hospitalares melhoram ou pioram muito esse exercício de protagonismo: O atendimento massificado é terrível! Tratar cada uma como uma COISA, como um útero a ser esvaziado é brutal! Parabenizar uma mulher que teve um parto TRAUMÁTICO(para os padrões dela) é uma falta de sensibilidade...
E como é que alguém pode ser protagonista de uma peça que não conheçe o roteiro básico? Como é que uma mulher que mal sabe por onde a criança sai num parto normal( a mamãe não sabia direito quando eu nasci. Juro!) vai poder escolher o que é melhor para ela? Se nem ela mesma sabe?
Conheço uma que quando eu perguntava:E aí, tá conversando com a obstetra a respeito do parto? Ela respondia: Não, deixo isso para a médica, não quero me estressar. É lógico que esse parto foi cesáreo né?
Se a mulher não quer "se dar ao trabalho" de pesquisar, de ler, de conversar com outras mulheres para constuir esse modelo que se adeque ás SUAS necessidades, ningúem vai conseguir atendê-las. Mesmo o obstetra mais sábio vai agir em grande parte com base nas crenças DELE.
E o que eu percebo em uma GRANDE maioria das mulheres é uma preocupação excessiva com o enxoval, o quarto, o peso, varizes, amamentação(algumas
graças á Deus). Mas poucas se interessam em falar sobre parto (gente não tô falando da lista tá, tô falando das buxudas que me cercam viu?). E quando
você puxa o assunto, algumas respondem: Ih, ainda tá longe(essa estava com 7 meses).
Resumindo: NINGUÉM EMPODERA NINGUÉM! O obstetra pode até dar excelentes condições para a mulher conduzir o parto dela, estimulá-la a ler, pesquisar,
falar no assunto mas se ela não estiver interessada, se não for o momento dela... vai passar tudo BATIDO. Como a gente, quando tenta "convencer" uma mulher a ter parto normal.
Mas aí eu faço uma pergunta porque preciso refletir melhor... vocês acham que um obstetra pode tirar o empoderamento ou o protagonismo de uma mulher?
Eu penso que sim e não, que depende do nível de consciência que ela tenha de si, sua sexualidade, seu caminho. Será que apoio externo como esse que a
lista dá, faz mesmo diferença para uma mulher que está "a caminho"? O que vocês acham?
Opine aqui!